Filhos de pais separados: como evitar que o fim da relação afete as crianças
Ao olharmos à nossa volta, é fácil perceber que o número de pais separados e novos casamentos aumentaram consideravelmente com o passar dos anos. No passado, os casamentos eram quase indissolúveis. Uma eventual separação seria um caos, motivo de vergonha para muitas famílias. Atualmente, se tornou habitual nos depararmos com casais separados que buscam reconstruir a vida amorosa em outro(s) relacionamento(s).
A tão escutada frase “(…) na saúde e na doença, na alegria e na tristeza (…) até que a morte nós separe”, entre outras juras de amor eterno, parece ter caído por terra para muitos de nós. Porém, encerrar um casamento costuma ser uma experiência dolorosa e complexa para todos os envolvidos. Principalmente quando se tem filhos pequenos, ainda muito dependentes dos pais.
O impacto dos pais separados
Novas questões se impõem aos casais nesse período delicado da vida. Algumas são de ordem prática como onde morar, divisão de bens, guarda dos filhos, pensão e custos adicionais. Outras de ordem emocional como tristeza, angústia, insegurança, ressentimento, preocupações quanto ao futuro e criação dos filhos. (Veja o quão importante é a comunicação na relação com os filhos).
Equacionar cada uma dessas questões é tarefa árdua para muitos casais. Geralmente é motivo de vários embates e desencontros que podem perpetuar-se por anos a fio, comprometendo o bem estar de todos.
As separações dos casais sem filhos geralmente são mais simples, pois cada um pode seguir seu caminho sem precisar manter contato entre si. No entanto, quando há filhos envolvidos, é inevitável manter uma relação com o ex-cônjuge, e aí costumam surgir os problemas.
É comum nessa hora a relação entre os ex parceiros se misturar com a relação pais e filhos. Geralmente vemos casais levarem o ressentimento da separação para a questão da guarda, visitação e educação dos filhos. Então, os filhos que já se encontram fragilizados com os pais separados, tendem a sofrer ainda mais frente a um ambiente hostil e instável. Não raro, eles se sentem culpados frente às infinitas disputas entre os pais. O impacto destas brigas, apesar de muitas vezes passar despercebido, é gigante e acaba por refletir de forma negativa na construção de sua autoestima.
Os mecanismos de adaptação das crianças
Aliás, por algum tempo pós-separação, é provável que os filhos sofram. Um sofrimento que se exprime das mais diferentes formas, como a queda do aproveitamento escolar, dificuldade de concentração, agressividade e distúrbios do sono. Costumam ser reações passageiras e compreensíveis, próprias de um período mais difícil da vida.
Frequentemente, os filhos demoram a se adaptar à nova realidade de conviverem com os pais em ambientes distintos. As crianças, em especial, costumam sentir muito a falta do pai ou da mãe ausente e se protegem sonhando ser a separação algo reversível e provisório. Isso é algo natural, uma tentativa das crianças de restaurar o lar perdido.
Para concluir, fica o alerta:
Quem se separa é marido e mulher e não pais e filhos. Os pais devem permanecer presentes na vida e na educação dos filhos. Logo, a separação dos pais não deve jamais enfraquecer o vínculo entre pais e filhos, pois esse vínculo de amor é para sempre. Os filhos precisam de pai e mãe para que possam se desenvolver plenamente.
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