Sair da Caixa: “Me conhecer melhor me ensinou a reconhecer os meus limites”
A paulistana de 23 anos Letticia Mendes bateu um papo com a gente sobre como decidiu investir no seu bem-estar emocional e como isso a está ajudando a se conhecer melhor, ter um pensamento mais positivo e retomar, cada dia mais, o controle de sua vida.
Me conta como foi seu primeiro contato com a terapia.
Eu sempre quis fazer, mas meus pais não deixavam. Eles tinham preconceito, achavam que terapia era coisa para gente louca. Quando eu saí de casa, aos 20 anos, a primeira coisa que eu fiz foi procurar terapia. Comecei a fazer presencialmente, em 2014. Fazia um tempo que estava desconfiada de ter Transtorno de Personalidade Borderline, então eu comecei a pesquisar os sintomas. Logo depois, fui diagnosticada. Nos 3 anos seguintes, eu fiz algumas pausas por conta de alguns problemas pessoais. Eu voltei no final de 2017, agora pela primeira vez online e com o Zenklub. Eu testei e gostei muito.
Que bom ouvir isso! O que você nos tem a dizer sobre sua experiência no Zenklub?
Primeiro, foi uma amiga minha que me recomendou o Zenklub. Achei muito legal por ter a possibilidade de fazer de casa, com um preço acessível e poder escolher o psicólogo pela abordagem que ele segue. Com a psicóloga que eu estou agora – há dois meses – tenho feito terapia cognitivo comportamental. Para mim, tem sido muito bom, porque o processo não é só uma conversa durante a sessão, ela também me passa vários exercícios para eu me conhecer melhor, que eu faço durante a semana. Por exemplo, na minha última sessão, meu exercício foi pensar e escrever quais os cuidados comigo mesma que eu tinha no passado, quais eu tenho no presente e os cuidados que eu quero ter no futuro.
Parece que você está em um processo de evolução emocional, mais até do que “tratar um problema”. Qual tem sido o impacto desse exercício de se conhecer melhor?
Acho que tem me ajudado muito a parar de ter comportamentos e hábitos ruins – o que não é fácil mas tenho melhorado bastante. Eu tenho o hábito de focar muito em coisas negativas, ser muito pessimista. A minha psicóloga me ajuda a pensar mais na realidade, ver que as coisas não são tão ruins quanto elas parecem dentro da minha cabeça.
Guardar um tempinho para a gente colocar as coisas para fora de forma mais estruturada, nos ajuda a olhar para a vida com mais clareza. Mais alguma técnica que você tem usado? Por exemplo, em um dia estressante, o que você faz para se sentir melhor?
Quando eu estou estressada em algum momento do meu dia e preciso desacelerar, eu faço alguns exercícios que a minha psicóloga me ensinou. Um deles é um exercício de respiração: você conta quantas vezes você inspira e expira – por vários minutos – para recuperar o fôlego. Para pessoas ansiosas que nem eu, prestar atenção na respiração é muito importante. Outra dica é: pensar em alguma coisa que faça você se sentir seguro – pode ser uma pessoa, um lugar, um animal – e focar só nisso por alguns minutos.
Considerando toda a sua história, qual foi a coisa mais importante que você aprendeu com a terapia?
Acho que o processo de terapia é muito importante porque você acaba conhecendo mais sobre você mesmo. Me conhecer melhor me ensinou a reconhecer os meus limites e entender como eu funciono. Você pára de se colocar como vítima do mundo e aprende a resolver os seus problemas com você mesmo. Se colocar como vítima te faz sentir impotente e de mãos atadas. Isso faz mal. Uma coisa que significou muito para mim foi aprender que eu tenho a possibilidade de reagir contra as coisas que me fazem mal.