Quando um novo ano começa
Começo de ano. É tempo de executar os novos projetos, cumprir as promessas feitas, realizar. Aos adultos cabe o trabalho, o bem-estar da família; às crianças cabe crescer, aprender, seja em casa ou na escola; aos adolescentes cabe continuar crescendo e aprendendo, mas é hora também de situar-se no mundo não mais como “filho de fulano”, mas como alguém que precisa demarcar o seu próprio lugar no mundo.
O começo do ano nos dá a tranquilidade de que as coisas já vão começar a andar e, simultaneamente, a esperança de que teremos tempo ao longo do ano para executar tudo o que precisamos. Claro que não é bem assim, muitos planos cederão lugar a outros mais urgentes, outros serão totalmente esquecidos, outros ainda se imporão de última hora e terão de ser atendidos prontamente. É o caso do vestibulando que não passa na prova e tem de fazer mais um ano de cursinho; aquele que perde o emprego e tem de adiar despesas; quem adoece e tem de postergar projetos; ou, ainda, quem rompe um relacionamento inesperadamente e “volta à prateleira” etc.
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Assim é a vida, projetamos nosso futuro de um jeito, mas somente no decorrer do tempo sabemos se aqueles projetos eram ou não viáveis. Voltar atrás, reconsiderar, corrigir o rumo é tão ou mais importante do que vencer, mas exige muito esforço interno de cada um.
Isto porque, quando a pessoa se sente fracassada, acredita somar derrotas e planos falidos. Quando se afunda, não enxerga saídas, a autoestima despenca e a criatividade, então, parece nunca ter existido.
Por trás do sentimento de fracasso sempre se aloja a rigidez, a impossibilidade de entrar em contato com a perda e digeri-la, condição necessária para que surja a flexibilidade, o novo, o recomeço. Faz parte do processo o sofrimento, o sentimento de derrota, a falta de esperança, mas, também, a saída deste estado para soluções criativas. Não que seja fácil, mas é necessário.
Quando se experimenta o fracasso e não se vê saída, a psicoterapia pode ajudar, na medida em que instrumentaliza a pessoa a lidar com suas frustrações, rever suas metas e estratégias e olhar para suas motivações conscientes e inconscientes, em vez de desistir dos projetos prematuramente e amargar o sabor da derrota.