Assertividade: um divisor de águas
Pense comigo na seguinte situação: você, um empregado bem colocado na empresa na qual trabalha, está passando por dificuldades financeiras e precisa pedir um aumento para o seu chefe. Você tem anos de trabalho nessa empresa, não recebe um reajuste há algum tempo, tem se dedicado demasiadamente à sua profissão e alcançou excelentes resultados.
Então, tomada a decisão, só resta um caminho a seguir: pedir o aumento! A questão é que você sente um desconforto só de pensar nessa situação, sentimentos de ansiedade tomam conta de você e você não imagina como vai falar com o chefe. Qual seria o melhor momento para isso?
O que pode estar faltando é o desenvolvimento de uma habilidade muito proveitosa: a assertividade. Podemos defini-la como a expressão de opiniões/sentimentos/pensamentos de uma maneira adequada socialmente, sem ferir os direitos e interesses daquele que escuta.
A assertividade é o equilíbrio entre a passividade e a agressividade. Suas características pontuais são: olhar nos olhos do ouvinte, usar afirmações em tons afetivos, um volume de voz adequado, elaborar frases mais longas, entre outros. Existem algumas maneiras de estreitar a garantia de ganhos através de nosso comportamento assertivo, por exemplo, aprofundando nosso autoconhecimento e nossa empatia. Através do primeiro, posso observar quais são os meus limites, quais são os comportamentos em que sou hábil e posso fazer melhor uso, já pelo segundo, posso perceber quais os sentimentos que germinam no ouvinte e aceitá-los, compreendê-los. Isso vai construir a ponte necessária para que o meu argumento seja melhor aceito.
Como já colocado no início deste texto, a assertividade se trata de uma habilidade, logo demanda treino para que seja aprimorada e fique mais fácil de ser colocada em prática. Pensando em aspectos concretos, pense que você não sabe nada sobre tocar violão, e à medida que você vai entrando em contato com essa atividade, gradualmente ela passa a se tornar mais familiar e, por meio da dedicação, você virá um grande violonista.
Para alcançar esse mesmo sucesso interpessoal, será necessário que você se exponha a contextos que demandem um comportamento assertivo. Algumas dicas que podem ajudar são:
1. Analise a situação, o contexto, os seus pensamentos e os sentimentos.
2. Veja realmente qual é o ponto a ser discutido, o objetivo.
3. Veja a melhor maneira de falar, sem rodeios, sendo claro.
4. Trabalhe o tom de voz e a expressão facial que tenha coerência com os seus sentimentos
5. Fale, mas observe como o outro reage, respeite sempre os sentimentos do ouvinte. Expor o que sentimos também faz com que o outro note o quanto nossa fala é importante e o quanto é significativo que ela seja ouvida e acatada.
Em suma, conseguir expressar nossas emoções, fazer pedidos aos outros, discutir a relação e falar com o chefe são todas situações que demandam assertividade. Essa habilidade pode ser uma excelente aliada na qualidade de vida e no alcance de nossos objetivos.
Texto Referência: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n2/a11v26n2
Livro: Falo? Ou não falo? (Fátima Cristina de Souza Conte / Maria Zilah da Silva Brandão)