Provavelmente você ou alguém que conheça já passou pela situação de saber o que quer, ou necessitar fazer algo, e simplesmente não conseguir colocar em prática e partir para a ação. E a pergunta é: por quê? Por que nos programamos para começar uma tarefa e na hora H inventamos desculpas para nós mesmos ou para o outro? Por que ficamos adiando o início da tarefa e temos dificuldade de colocar nossos desejos em prática?

Isso acontece porque nossos sentimentos influenciam diretamente os nossos pensamentos, e consequentemente, as nossas ações. Muitas vezes realizar a tal ação desejada pode gerar medo, insegurança, ansiedade, entre outros sentimentos ruins, e ao se deparar com tais sentimentos, tendemos a voltar para a chamada “zona de conforto”.

Na “zona de conforto” nos sentimos seguros, à vontade, não estamos correndo riscos, fazemos somente o habitual, o conhecido. Mas em contrapartida, também estamos estagnando, muitas vezes, o nosso crescimento pessoal, pois deixamos de enfrentar o novo, deixamos até mesmo de aprender com os erros, de aumentar nosso repertório de habilidades através das tentativas, e acabamos por desconhecer novas potencialidades e possibilidades, o que em muitos casos gera frustração e um sentimento de que poderia ser diferente, de que você deveria ter tentado de um jeito novo.

Somente quando nos atrevemos a fazer algo que habitualmente não fazíamos é que exploramos a nossa criatividade, aumentamos a nossa capacidade de solucionar problemas, e com isso, ganhamos mais autoconfiança. Já dizia uma frase popularmente conhecida: “O barco está seguro no porto. Mas não foi para isso que os barcos foram construídos”. Os barcos foram feitos para navegar, em diferentes condições climáticas, com o mar calmo ou agitado, podendo se deparar com muitas adversidades, assim como nós. Em geral, gostamos de saber como tudo irá acontecer, ter certeza dos êxitos de nossas ações, não gostamos de falhar, mas é preciso lembrar que só falha quem está explorando seus potenciais.

Podemos ver o fracasso como um mecanismo de aperfeiçoamento. Aprendemos com os erros a fazer o que é certo, ajustamos as ideias, criamos, pensamos, exercitamos nossa paciência, perseverança, e poder de superação. Vendo por este ângulo, podemos ver a semente do sucesso em cada fracasso.

E ainda que seja mais cômodo repetir comportamentos, retornar aos velhos hábitos do que enfrentar o desafio do novo, da incerteza, da possibilidade de falhar, o desconforto de estar diante do novo é temporário, pois somos incrivelmente feitos para aprender e nos adaptar.

Por isso, ao estabelecer suas metas e seus desejos, uma boa forma de coloca-los em ação é fazer um passo a passo até seu objetivo final, delimitando um tempo para concretizar cada passo e ir subindo cada degrau, mantendo um ritmo, sem procrastinação. Alguns degraus vão exigir audácia, atrevimento e determinação, mas lembre-se: o desconforto é temporário.

Terapia é para quem quer se desenvolver

Depois de superado o desafio, e passado o desconforto, sua confiança em você, sua criatividade e habilidades estarão maiores, seu medo terá sido superado, e você sentirá a vida mais emocionante, pois você descobre que é capaz de fazer muito mais do que imaginava. Junto com tudo isso, vem o alívio. Existe uma frase que carrego comigo, título do livro de um querido professor de psicologia, chamado Enéas Lara que é: “Só a ação traz o alívio”. Esta é uma grande e ao mesmo tempo simples constatação.

Neste processo em busca dos seus desejos, pode ser que sinta que não consegue ultrapassar e superar algum degrau do caminho sozinho, que precisa de ajuda. Procurar um psicólogo pode te fazer compreender qual o sentimento, emoção, história ou crença te impossibilita hoje de seguir em direção aos seus desejos, e através deste autoconhecimento e das vivências propostas durante a psicoterapia é possível superar tais desafios.

Sobre a autora
Psicóloga e pós-graduada em Gestão de pessoas. Realiza consultas por vídeo-chamada no Zenklub.
Atua na abordagem da Gestalt-terapia. Também possui experiência em RH (Recursos Humanos), na áreas de Recrutamento, Seleção, Treinamento e Desenvolvimento humano.