Se você é uma recém mãe que esperava estar cheia de alegria neste momento, pode ser perturbador e confuso você estar sentindo exatamente o contrário. Antes de tirar conclusões precipitadas, leia tudo, pois não significa que esteja sofrendo de depressão pós-parto. Uma coisa podemos garantir – você não está sozinha – entre 40% a 80% das recém mães passam pelo que chamamos de baby blues – um estado emocional de choro, infelicidade, preocupação, insegurança e fadiga.
Os baby blues geralmente começam alguns dias após o parto e desaparecem por si mesmos em 1 ou 2 semanas. No entanto, se os seus sentimentos parecerem extraordinariamente intensos e durarem mais do que 2 semanas seguidas, você pode estar se perguntando se tem uma condição mais séria, como depressão pós-parto.
Inclusive, no final do mês de outubro de 2016, a cantora Adele revelou à revista Vanity Fair ter sofrido depressão pós-parto. Ao falar abertamente sobre o caso, a artista britânica colocou luz sobre o assunto e abriu espaço para que muitas mulheres abordassem o problema.
O que é depressão pós-parto
Às vezes pode ser difícil diferenciar entre a depressão clínica e o estresse normal e a exaustão da nova maternidade. Mas se os seus sentimentos de tristeza ou desespero são tão presentes que impedem que você seja capaz de realizar suas tarefas diárias – como cuidar de si e dos outros -, você tem depressão pós-parto.
Cerca de 15% das recém mães desenvolvem esta condição clínica, mas alguns especialistas acreditam que o número é ainda maior porque muitas mulheres não procuram tratamento. Se você está com dificuldades, consulte seu médico imediatamente para uma triagem de saúde mental.
Freud e os aspectos psicológicos da gravidez
Os primeiros estudos sobre os aspectos psicológicos da gravidez surgem com Freud, a partir do reconhecimento do inconsciente e seus desvios. Nesse período da vida da mulher é comum a presença de sentimentos de angústia e conflitos ligados à sexualidade, à identidade sexual e ao narcisismo.
Há um grande investimento de energia no próprio ego e na utilização intensificada de recursos de pensamento, imaginação e fantasia. A depressão é um dos transtornos mais comuns durante esse período.
Os principais sintomas de depressão pós-parto são:
Durante a gravidez e o pós-parto, a mulher passa por uma série de mudanças físicas, psicológicas e sociais que transformam toda a sua vida. A busca por informações sobre os aspectos psicológicos da maternidade e, em alguns casos, o acompanhamento psicológico, são de fundamental importância para manter uma boa qualidade de vida.
“A gestante experimenta uma ampla variedade de emoções, como introversão e passividade, uma vez que os conteúdos internos ganham destaque sobre o mundo externo. Alterações de afetiva, representada pelo “quero/não quero”, “posso/não posso”, mudanças bruscas de humor, irritabilidade e preocupação são reflexos da ansiedade que sente.
Além disso, deve ajustar-se à mudança de imagem de si mesma. Acatar a ideia da chegada de um novo membro que vem alterar a estrutura familiar também tem impacto.” afirma uma psicóloga que atende por vídeo-consulta online no Zenklub.
- Extrema tristeza, vazio ou falta de esperança
- Chorando o tempo todo
- Perda de interesse ou falta de prazer em suas atividades habituais e passatempos
- Problemas para dormir durante a noite ou problemas para ficar acordada durante o dia
- Perda de apetite ou comer demais
- Perda de peso ou ganho de peso não intencional
- Sentimentos esmagadores de inutilidade ou culpa avassaladora
- Inquietação ou lentidão
- Dificuldade em se concentrar ou tomar decisões
- Sentindo que a vida não vale a pena viver
- Estar irritada ou com raiva
- Evitar amigos e familiares
- Preocupando-se excessivamente com o seu bebê
- Estar desinteressada em seu bebê ou incapaz de cuidar dele
Talvez você já tenha ouvido falar da psicose pós-parto. É uma condição grave que pode se desenvolver dentro da 1ª semana após o parto. Sintomas incluem alucinações, paranoia, confusão e desorientação assim como pensamentos obsessivos sobre o bebê.
Apoio e compreensão é precisa na depressão pós-parto
Por ser um período de grande ansiedade, a mulher pode tornar-se mais vulnerável e tem maior incidência de transtornos psíquicos. As gestantes com episódios de depressão fora da gestação, ou que tiveram depressão pós-parto em gestações anteriores são mais suscetíveis. Outros distúrbios que aumentam as probabilidades são transtornos de ansiedade, depressão ou transtorno afetivo bipolar.
“A mulher precisa de apoio e compreensão para lidar com os sentimentos negativos. A culpa de não estar sentindo a realização de se tornar mãe idealizado pela sociedade” explica Raissa Tebet. Ainda completa “Quando nasce um bebê também nasce uma mãe. Do mesmo modo que o recém nascido leva um tempo para habituar-se a sua nova rotina essa ‘mãe recém nascida’ precisa ser aceita e compreendida. Só assim vai conseguir adaptar-se e assumir psiquicamente esse novo lugar”.
O ciclo gravídico-puerperal é a época de transição, devido a mudanças que a atingem nos aspectos fisiológico, psicológico e social. Durante essa altura a mulher gestante enfrenta uma crise. Esta é caracterizada pela reativação de seus conflitos com suas figuras parentais. Ela já esteve no papel de filha e é do conjunto da constelação de sentimentos hostis e amorosos em relação aos pais que se pode entender o curso psicológico da gestação atual.
Esses conflitos são geralmente situacionais e transitórios. Contudo, a ansiedade não controlada pode levar ao desajustamento emocional em relação à gravidez e à relação mãe-filho.
Causas da depressão pós-parto
A depressão pós-parto resulta de uma combinação de fatores que estão além do seu controle:
- Hormonais
- Ambientais
- Emocionais
- Genéticos
Algumas mulheres podem se sentir de alguma forma responsáveis por ter depressão pós-parto, mas a depressão não acontece por causa de algo que você fez ou deixou de fazer.
Em relação a fatores de risco, você também pode estar mais propenso a ter depressão pós-parto se tiver depressão ou ansiedade durante a gravidez, ou se tiver tido o baby blues após o parto. Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento são o esgotamento físico após o parto, o ajustamento emocional de se tornar mãe e a privação do sono.
Quando procurar um psicólogo ou médico
O tratamento de depressão pós-parto é o mesmo que o tratamento para depressão que ocorre antes ou durante a gravidez. Se você tiver sintomas leves, seu médico pode recomendar um acompanhamento com consultas regulares. Se os seus sintomas forem mais graves, o seu médico pode recomendar terapia com psicólogo, medicação antidepressiva ou ambos.
A terapia com um psicólogo é considerado o tratamento de eleição para estes casos. Os antidepressivos são usados em casos mais graves e podem causar efeitos colaterais, mas a maioria resolverá após um curto período de tempo. Se você tiver efeitos colaterais que interferem na sua vida diária ou se a depressão piorar, informe imediatamente o seu médico.
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