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Riscos Ergonômicos: o que são e como prevenir?

Escrito por Zenklub | 19/12/2025

Os riscos ergonômicos referem-se a condições de trabalho relacionadas à organização das atividades e à adaptação do posto ao trabalhador, causando dores, desconfortos e problemas de saúde mental e física. Eles surgem quando há esforço físico excessivo, postura inadequada ou ritmo intenso. 

A ergonomia no trabalho ganhou destaque nos últimos anos devido ao aumento dos afastamentos por condições musculoesqueléticas associadas à má postura e à sobrecarga física. De acordo com um estudo publicado em revista científica da Universidade de São Paulo (USP), com análise de dados entre 2018 e 2023, o Brasil registrou 46.307 casos de LER/DORT no período.

Leia o nosso artigo e entenda como identificar e prevenir riscos ergonômicos no ambiente de trabalho. 

Principais tipos de riscos ergonômicos no ambiente corporativo

Os riscos ergonômicos no trabalho surgem quando a forma de executar suas tarefas não estão adequadas às necessidades do corpo de cada pessoa e não favorecem a postura correta, o conforto e bem-estar do colaborador.   

Confira abaixo alguns dos principais tipos de riscos ergonômicos nos ambientes corporativos: 

Riscos físicos: posturas inadequadas e movimentos repetitivos

Os riscos físicos são aqueles relacionados à má postura e aos movimentos repetitivos, como ficar com os ombros tensos, sentar com a coluna curvada ou manter o pescoço dobrado. 

Eles surgem em situações como a execução repetida da mesma tarefa manual repetidamente, digitação contínua ou o uso do mouse de forma contínua, sobrecarregando os nervos, músculos e articulações. 

Ao longo do tempo, essas condições podem provocar uma série de problemas, como:

  • Lesões por Esforços Repetitivos (LER);
  • Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT);
  • Dores crônicas;
  • Fadiga muscular, etc.

Riscos ambientais: iluminação, ruído e temperatura

Os riscos ergonômicos também estão presentes no ambiente, como temperatura desconfortável, iluminação inadequada ou ruído excessivo. 

Por exemplo: locais com ruído muito alto ou temperaturas elevadas podem gerar irritabilidade, estresse e fadiga, além de reduzir a capacidade de concentração, comprometendo a produtividade, o bem-estar e agravando as tensões musculares

Por outro lado, uma iluminação fraca pode forçar a visão dos funcionários para ler documentos, resultando em dores de cabeça e tensão ocular. 

Riscos organizacionais: jornadas excessivas e pressão por produtividade

Os riscos ergonômicos vão além do físico ou das condições ambientais: a falta de um fluxo de trabalho adequado com ritmo intenso, carga excessiva, pressão por produtividade ou resultados, também compromete a saúde ocupacional.

Nesse sentido, quando o profissional é exposto a essas condições de forma prolongada, aumentam as chances de desenvolver ansiedade, estresse, esgotamento mental e físico, evoluindo até para Síndrome de Burnout e outros problemas de saúde mental no trabalho

Esse cenário, com falta de pausas, ritmo intenso e sobrecarga, impede a recuperação do corpo e da mente, comprometendo o bem-estar-geral do colaborador, além de reduzir o engajamento e aumentar as chances de adoecimento.

Consequências dos riscos ergonômicos para a saúde integral

A exposição prolongada a riscos ergonômicos pode provocar consequências não somente para o corpo, mas também para o equilíbrio físico e mental, comprometendo o desempenho e o bem-estar das equipes.

Entenda a seguir como a falta de ergonomia no trabalho pode afetar a saúde integral dos funcionários. Confira:

Impactos na saúde física: dores, lesões e doenças crônicas

Quando um colaborador mantém posturas inadequadas e movimentos repetitivos ou atua em estações de trabalho inadequadas, é comum o surgimento de condições físicas, como distúrbios musculoesqueléticos, LER/DORT, fadiga, lesões e até doenças crônicas. 

Esses problemas ligados à saúde física aumentam a probabilidade de afastamentos, comprometendo tanto a produtividade quanto a qualidade de vida dos colaboradores, principalmente, quando não há pausas, mudanças na postura ou adequação ergonômica. 

Impactos na saúde mental: estresse, ansiedade e burnout

Os riscos ergonômicos também podem resultar em consequências que vão além do corpo, impactando a saúde mental do funcionário e contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios mentais. 

O desconforto físico contínuo, dores crônicas e ambientes de trabalho tensos, aumentam as chances do surgimento de quadros de ansiedade, estresse e esgotamento emocional nas equipes.  

Como identificar riscos ergonômicos em seu ambiente de trabalho?

Identificar riscos ergonômicos é uma exigência prevista na NR-17, que determina a realização de uma avaliação ergonômica preliminar sempre que as tarefas exigirem adaptações às características psicofisiológicas dos trabalhadores.

Essa avaliação integra o Programa de Gerenciamento de Riscos, conforme estabelece a NR-1. O primeiro passo é avaliar a postura dos colaboradores na execução das tarefas, observando aspectos, como mobiliário, repetição de movimentos, condições do ambiente e organização do fluxo de trabalho.

Somado a isso, é importante observar sinais físicos e mentais, como queixas de fadiga, dores, tensão muscular, irritabilidade e dificuldade de concentração, que indicam sobrecarga física e emocional.

Para fazer essa avaliação, recomenda-se aplicar a AET (Análise Ergonômica do Trabalho) para registrar as causas do desconforto, realizar os ajustes necessários e reorganizar o fluxo de trabalho para prevenir lesões e promover bem-estar.

Medidas práticas para prevenir problemas ergonômicos

A prevenção de riscos ergonômicos exige a implementação de medidas práticas que são capazes de transformar os ambientes de trabalho em espaços seguros e ergonomicamente saudáveis

Confira a seguir ações práticas e eficazes para adotar na sua empresa:  

Ajustes no ambiente físico de trabalho

  • Faça ajustes na altura da mesa e da cadeira para que os pés encostem no chão, os joelhos sejam mantidos no ângulo de 90° e os antebraços fiquem apoiados na mesa;
  • Instale o monitor a uma distância de cerca um braço e à altura dos olhos para diminuir a tensão no pescoço e garantir uma visão adequada. 
  • Posicione o mouse e o teclado alcance das mãos, mantendo os punhos retos e os braços próximos ao corpo. 
  • Em caso de home office e quando não tiver mobiliário adequado, é possível improvisar com apoios de pés, livros ou caixas para manter a altura adequada da cadeira e mesa e posicionar o monitor na altura correta.

Pausas e exercícios para prevenir lesões

  • Pausas regulares a cada 50–60 minutos, para levantar ou caminhar, reduzindo a tensão muscular e avaliando reduzindo a fadiga.
  • Alongamentos rápidos ou exercícios de mobilidade para melhorar a circulação e diminuir a rigidez muscular e prevenir lesões.
  • Descansar os olhos, como ficar longe da tela, mudar o foco ou piscar várias vezes, para reduzir o cansaço mental e ocular

Práticas de autocuidado mental para ambientes ergonomicamente desafiadores

  • Definição de limites claros entre trabalho e vida pessoal, estabelecendo horários fixos de trabalho, pausas regulares e desconexão das atividades profissionais para prevenir estresse e sobrecarga. 
  • Práticas de relaxamento ou mindfulness e meditação durante o expediente para amenizar a carga mental e melhorar a concentração e bem-estar. 
  • Buscar suporte psicológico ou programas de bem-estar para obter uma melhoria da saúde integral. 

Responsabilidades compartilhadas: o papel de empresas e colaboradores

A prevenção de riscos não cabe apenas aos empregadores, exigindo uma responsabilidade compartilhada, visto que boas práticas, o uso correto da estação de trabalho e os relatos de desconfortos são cruciais para a identificação dos problemas. 

A empresa tem obrigação legal de oferecer condições de trabalho seguras e adequadas aos colaboradores, como prevê a NR-17, além de realizar avaliações ergonômicas e incluir riscos físicos, ambientais e psicossociais no PGR, conforme estabelece a NR-1.

Após identificar os riscos ergonômicos, a organização deve realizar os ajustes necessários, incentivar pausas, treinar equipes e reforçar uma cultura de prevenção associada à saúde ocupacional.

Por sua vez, cabe aos colaboradores respeitar as boas práticas, usar equipamentos recomendados de forma adequada, além de comunicar aos gestores quaisquer sinais de desconforto e riscos ergonômicos. 

Cuide bem-estar dos colaboradores com apoio profissional

Cuidar do bem-estar dos colaboradores é fundamental para a saúde mental dos colaboradores, redução de riscos ergonômicos e maior produtividade.

Conte com parceiros confiáveis e com serviços integrados de saúde física e mental, como o Zenklub corporativo, que oferece soluções, como psicólogo online, mapeamento de riscos, identificação de sobrecarga mental, trilhas de cuidado e muito mais. 

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