Existe algo capaz de definir o que é ou não doença? Para a psicologia, três critérios auxiliam nessa definição. Os psicólogos Renisson Costa Araujo, que atende pela abordagem da Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica e Bruno Pael, que atende pela abordagem da Cognitivo – Comportamental (também conhecida como TCC), falam sobre o tema.

Os psicólogos, que oferecem atendimento psicológico online no Zenklub, elegeram três critérios que possibilitam essa avaliação. São eles:

Quantidade

“Se você está em uma sala com 20 pessoas e alguém começa a tossir, você deduz pela quantidade que aquela pessoa que está tossindo provavelmente está doente”, diz Renisson. “Mas, por exemplo, se você pensar que a maior parte da população mundial tem cárie, usando essa lógica de quantidade, doente seria aquele que não tem cárie, então você vê que esse critério ficou meio falho”, completa.

Sofrimento

“É muito comum na medicina esse critério funcionar muito bem. Você chega no médico ele vai perguntar onde dói, por exemplo, e você vai comentar com ele sobre esses sintomas.”, explica Bruno. Na psicologia o critério do sofrimento é encarado de maneira diferente. “Por exemplo (…) uma pessoa que está em estado de mania, ela não consegue sentir sofrimento. Ela sempre está tão bem a ponto de não conseguir prever a médio ou longo prazo as consequências das ações que ela toma”, complementa. De acordo com ele, na psicologia o critério de sofrimento sozinho não ajuda a definir o que é ou não doença.

Aspectos socioculturais

Bruno Pael fala sobre os aspectos socioculturais que caracterizam o que é ou não aceito em determinada sociedade, e usa como exemplo o Carnaval “Se você pegar uma pessoa fantasiada no carnaval do Rio de Janeiro e colocá-la em um lugar onde o carnaval não é costume, ela vai parecer totalmente anormal”, explica.

O processo de psicodiagnóstico é complexo, “por isso é preciso tomar muito cuidado na hora de taxar as pessoas, porque [o processo] leva em consideração vários fatores”, explica Renisson. “Na dúvida, procure um psicólogo”, finaliza.