Ao pisar em quadra, a boca seca, as mãos tremem e o corpo é tomado por uma sensação de ansiedade e nervosismo. O momento da competição encerra muitas possibilidades. Ao mesmo tempo em que é uma oportunidade de brilhar em quadra, pode ser uma experiência mentalmente desgastante. Seja no judô, no vôlei ou no badminton, ninguém está imune ao pânico pré-jogo.

A psicóloga Tereza Giordan explica: “Os sintomas são semelhantes a um ataque de pânico”. Isso porque o corpo lê situações de enfrentamento como de alto nível de estresse e engatilha reações que causam os sintomas acima. “A certeza de que está sendo observado e que seu desempenho está sendo avaliado o deixa mais vulnerável” completa.

A mente desempenha um papel fundamental na vida de qualquer esportista. É o que diz Adriano Lourenço, campeão de Kung Fu: “A concentração é responsável por 80% do sucesso no dia da competição. Já houve vezes em que o treino físico não foi tão bom, mas por eu estar muito focado, tive um resultado bom”.

O ciclista britânico Chris Hoy foi primeiro atleta britânico a ser um triplo medalhista de ouro em Olimpíadas nos últimos 100 anos. Mesmo assim, os ataques de pânico eram recorrentes. Nem mesmo sua rotina diária de treinos de sete horas o impediam de sentir uma ansiedade generalizada imbatível na hora de competir. Chris encontrou conforto na terapia.

Qual o papel da terapia e o do psicólogo nestes casos?

O trabalho do psicólogo é tão importante quanto o do preparador físico. De quê adianta uma máquina possante que trava na hora H? Esses profissionais trabalharão em conjunto para blindar o esportista contra ameaças do corpo e da mente. O esforço no trabalho mental também deve se estender a modalidades grupais. Um membro afetado por medo ou ansiedade pode transmitir insegurança para toda equipe.

“Todos nós, diante de um obstáculo ou desafio, sofremos com o medo do enfrentamento” diz Tereza. Desafios existem e muitas vezes é difícil encarar tudo sozinho. A ajuda de um psicólogo pode ser o que falta para virar o jogo. Ela completa: “Atletas ou não, a dificuldade em dar o grande salto quântico para vencer o medo é grande, mas a vitória de se superar são ainda maiores”.

Brasil é país com maior taxa de ansiedade no mundo

Novos dados da Organização Mundial da Saúde divulgados em fevereiro deste ano mostram que a ansiedade no Brasil atingiu níveis históricos com 23,9% de brasileiros afetados por algum transtorno de ansiedade. O país tem a maior taxa de pessoas com ansiedade no mundo todo e é o quinto em casos de depressão.

Os dados divulgados na última quinta-feira (23) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil tem a maior taxa de pessoas com depressão da América Latina. De acordo com a organização, estima-se que 5,8% da população brasileira seja afetada pela depressão. A taxa coloca o Brasil à frente de países como o Chile e Uruguai, com 5%.

Quando a sensação de ansiedade torna-se parte da rotina e a ansiedade deixa de ser uma emoção e passa a ser um transtorno, é preciso se cuidar. Pessoas que têm preocupação excessiva, dificuldades para dormir, pânico ou medo com frequência devem investigar o problema. Escrevemos um artigo com todas terapias, dicas e exercícios para tratar ansiedade.

Faça o teste clínico de ansiedade

O reconhecimento e diagnóstico de ansiedade nem sempre são simples. Se você quer saber o seu nível de ansiedade, clique no link: questionário de ansiedade e faça um questionário de 7 perguntas (duração menos de 1 minuto). O teste é adaptado do teste científico Americano criado pelo Dr. Spitzer e Dr William (GAD – Generalized Anxiety Disorder 7).

Se você se identificou com muitos sintomas e acredita que possa estar sofrendo de ansiedade, consulte um especialista online. O Zenklub é uma plataforma de vídeo-consultas com mais de 100 especialistas prontos para te ajudar.