O ruído ocupacional é um conjunto de sons indesejados e, muitas vezes, excessivo, presente em um ambiente de trabalho, podendo provocar desconfortos auditivos quando supera os limites considerados seguros de exposição.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o ruído ocupacional é uma das principais causas de perda auditiva em todo mundo. Leia o nosso artigo e entenda como essa condição pode afetar a saúde mental no trabalho.
As regras que regulamentam o ruído ocupacional no Brasil estão previstas em diferentes normativas, como a NR-15 e a NHO-01 da Fundacentro, que orientam sobre métodos de avaliação, limites adequados e os critérios que caracterizam a insalubridade:
Dessa forma, as organizações são obrigadas a analisar o ruído, implementar medidas de controle, fornecer EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e manter laudos atualizados no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
Por outro lado, os trabalhadores devem ser informados quanto aos riscos e ações de proteção, além de ter direito ao adicional de insalubridade no caso de exposição acima dos limites e à comprovação técnica para aposentadoria especial.
O ruído ocupacional tende a gerar impactos físicos na saúde do trabalhador, causando danos que prejudicam o desempenho profissional e o bem-estar no ambiente de trabalho e na vida pessoal.
Confira alguns efeitos na saúde geral dos trabalhadores:
A exposição contínua a altos níveis de ruído ocupacional pode comprometer as células da cóclea, desencadeando a Perda Auditiva Induzida por Ruído, um problema neurossensorial, afeta normalmente de forma bilateral.
Entre os sintomas dessa condição estão redução progressiva da acuidade auditiva, presença de zumbido e dificuldade para escutar sons agudos ou em espaços com muito barulho.
Inclusive, a PAIR pode ser irreversível; por isso, a prevenção é importante para evitar danos permanentes, diminuindo a exposição e garantindo a utilização correta de proteção auditiva.
Segundo dados da Revista Brasileira de Medicina, entre os anos de 2012 e 2021, o Brasil registrou 7.413 casos de PAIR no Brasil, confirmando essa condição como um problema importante de saúde ocupacional.
As consequências do ruído ocupacional não se restringem apenas a audição, já que ela pode desencadear outras condições de saúde, como hipertensão, ritmo cardíaco instável e aumento do risco de doenças do coração.
Outras consequências incluem alterações no sono, dores de cabeça, fadiga, estresse crônico e irritabilidade, comprometendo a concentração e elevando as chances de acidentes de trabalho.
Além disso, o risco ocupacional também está associado a alterações metabólicas e ao aumento dos hormônios do estresse, que comprometem a saúde geral do indivíduo.
A exposição ao ruído ocupacional pode provocar efeitos psicológicos e emocionais relevantes. Confira os principais:
O ruído constante no ambiente de trabalho é considerado como um estressor ocupacional importante, já que ele ativa respostas fisiológicas de alerta.
Nesse sentido, a exposição contínua a esse risco ocupacional aumenta a liberação de cortisol e adrenalina, gerando irritabilidade, tensão e sobrecarga emocional, sendo intensificado quando o ambiente não possui um controle sobre a origem sonora.
O ruído ocupacional também tem impacto significativo na saúde mental e no bem-estar psicológico dos trabalhadores. Evidências reforçam a associação entre ruído no trabalho e maior risco de estresse, ansiedade, depressão, fadiga mental e irritabilidade.
Em um estudo feito com mais de 45 mil trabalhadores, a exposição ocupacional a ruído, quando combinada com a vibração, aumentou de forma significativa a probabilidade de desenvolver sintomas intensos de ansiedade.
Sem contar que também o ruído ocupacional costuma elevar os riscos de desenvolver a Síndrome Burnout, já que diminui a resiliência psicológica em pessoas com alta sensibilidade a sons.
Espaços laborais com muitos ruídos comprometem a comunicação, exigindo que os trabalhadores falem mais alto ou gritem, desencadeando a fadiga mental, o que prejudica a colaboração, o engajamento e a concentração nas tarefas.
Essa sobrecarga sonora contínua também resulta em queda de produtividade, aumento de falhas e o presenteísmo, comprometendo a segurança no trabalho.
Para controlar os riscos, as empresas devem adotar medidas previstas na NHO 01 e na NR 15, fazendo medições periódicas, com os dosímetros pessoais — que mensuram a exposição individual — e medidores de nível de pressão sonora nos espaços laborais.
Com as informações coletadas, é necessário elaborar um mapa de ruído, listando áreas com níveis mais elevados, horários e rotinas críticas, que potencializa a exposição.
Esses dados ajudam a planejar metodologias de controle, melhorias estruturais e reorganizar processos de trabalho.
Esse trabalho deve ser conduzido por profissionais habilitados, como higienistas ocupacionais ou engenheiros de segurança do trabalho, que fazem a medição, interpretação e elaboração do laudo técnico de maneira adequada.
Além disso, esse documento também respalda a gestão preventiva, fundamenta a necessidade de insalubridade ou proteção extra e é imprescindível em auditorias e processos de compensação previdenciária.
A prevenção do ruído ocupacional requer estratégias combinadas de controle da origem do problema, ajustes nos espaços de trabalho, organização adequada das atividades e proteção dos profissionais.
Confira algumas ações previstas nas normas de SST para o controle de ruído, redução da exposição, proteção da saúde auditiva e a segurança do ambiente laboral:
O ruído ocupacional não gera danos somente para a audição do indivíduo, visto que níveis elevados ou frequentes podem desencadear condições emocionais, como irritabilidade, ansiedade, estresse, dificuldade de concentração e problemas de sono.
Dessa forma, a gestão desse risco ocupacional deve considerar também os impactos cognitivos e emocionais, além da proteção auditiva, adotando uma abordagem integrada, que combina controle do ruído e ações de apoio psicológico.
Essas medidas incluem programas de saúde mental, capacitação e monitoramento de indicadores de estresse. Com isso, é possível reduzir impactos físicos e condições psicossociais, evitando sobrecarga emocional, absenteísmo e queda de desempenho.
A exposição contínua a ruído ocupacional pode causar efeitos psicológicos negativos, incluindo estresse, ansiedade, irritabilidade, distúrbios de sono e falta de foco.
Para lidar com esses impactos, é importante adotar estratégias de autocuidado, que incluem as seguintes:
O ruído ocupacional pode causar danos auditivos e mentais. Por isso, é importante oferecer um suporte integrado aos colaboradores, com programas de saúde mental e física.
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