Cerca de 20% das pessoas que desenvolvem transtornos alimentares como anorexia e bulimia sobrevivem. Neste artigo falamos sobre tudo o que você precisa de saber sobre a bulimia nervosa, causas, sintomas, tratamentos e um relato de quem superou a compulsão.
A bulimia nervosa é um distúrbio alimentar psicológico e grave com risco de morte, que consiste na ingestão de uma quantidade anormalmente grande de alimentos em curto período de tempo, seguido por uma tentativa de evitar ganho de peso pela purga do que foi consumido.
Métodos de purgação incluem vômito forçado, uso excessivo de laxantes ou diuréticos e períodos extremos ou prolongados de exercício. Muitas vezes, nesses episódios de compulsão / purgação, uma pessoa que sofre desse distúrbio experimentará uma perda de controle e se envolverá em esforços frenéticos para desfazer esses sentimentos.
Os episódios de compulsão alimentar e purga muitas vezes são em segredo, tornando difícil de identificar a doença no começo dela.
Para alinharmos o conceito de compulsão alimentar, ele envolve 2 características necessariamente: 1) comer uma quantidade muito grande de alimento dentro de um período de tempo retrito. 2) Sentir uma sensação de perda de controle ao comer, que incapacita a pessoa de parar.
Existem dois tipos comuns de bulimia nervosa, que são os seguintes:
Purgativa – Este tipo de bulimia nervosa é responsável pela maioria dos casos de pessoas que sofrem deste transtorno alimentar. Nesta forma, os indivíduos regularmente se envolvem em vômitos auto-induzidos ou abuso de laxantes, diuréticos ou enemas após um período de compulsão alimentar.
Restritiva – Nesta forma de bulimia, o indivíduo usará outros métodos inapropriados de compensação para episódios de compulsão, como excesso de exercício ou jejum, que não sejam purgantes.
A causa exata da bulimia nervosa é atualmente desconhecida, embora se pense que múltiplos fatores contribuem para o desenvolvimento desta compulsão alimentar:
Sinais e sintomas físicos:
Sinais e sintomas psicológicos:
Sinais e sintomas de compulsão alimentar e purgação:
Uma vez que a imagem corporal negativa e a baixa autoestima são frequentemente os fatores subjacentes à raiz da bulimia, é importante que a terapia seja integrada ao processo de recuperação, junto com reeducação alimentar e medicação.
O tratamento da bulimia nervosa geralmente inclui:
Se você suspeita que você ou alguém que você conhece tenha bulimia nervosa, é importante procurar ajuda imediatamente. Quanto mais cedo você procurar ajuda especializada, mais perto estará da recuperação.
A produtora de moda Luana Gouveia contou para o Zenklub como a ajuda de um profissional de saúde mental foi essencial para que ela derrotasse de uma vez por todas tanto a bulimia como a anorexia.
Luana Gouveia: Eu tive anorexia com 17 anos. Ela foi se desenvolvendo e virou bulimia. Primeiro eu parei de comer e depois tive a compulsão alimentar. Emagreci 20kg em um mês. Foi assustador.
LG: Durante dois anos não. Eu contei pra minha mãe e minha família começou a perceber, mas eu resistia muito, falava que não era nada. Com 19 anos eu comecei a fazer terapia. Continuo até hoje.
LG: Sim! Há 8 meses estou bem. Isso pra quem passou 4 anos, vomitando quase 15 vezes por dia é uma maravilha.
LG: Ter uma pessoa com quem você pode falar qualquer coisa é muito bom e eu acredito que se eu não tivesse mudado o meu jeito de pensar, se eu não tivesse começado a me enxergar como eu sou, meus defeitos, minhas qualidades, eu não teria melhorado. A minha psicóloga me fez enxergar a vida como é, me fez sair do mundo da ‘fantasia’ de que eu só seria alguém se eu fosse magra, entende? Eu acho essencial quem passa por isso ter alguém pra conversar, pra falar sobre os seus medos
LG: Com certeza. A dor física passa. Eu não cheguei a ter tantos problemas físicos. Tinha mais uma dor de estômago daquelas de quando você come muito e parece que seu estômago vai explodir. Eu chegava nesse nível, mas colocava tudo pra fora, então a dor acabava e eu estava pronta pra comer tudo de novo. E eu comia escondida de todos, até de mim. Escondia comida pra ninguém saber que eu estava comendo.
LG: Eu sentia medo. Eu tinha medo de morrer, medo de sair com algum cara e ele ver meus defeitos, medo de ser eu mesma e não ser aceita. Medo de não conseguir me livrar daquilo. E tristeza por tudo o que a minha mãe passou comigo. Acho que o pior era ver ela me vendo daquele jeito e sem saber o que fazer.
LG: Eu vou dar o conselho que eu daria pra Luaninha, a Luana que sofreu bullying por 11 anos e que começou a acreditar que era aquilo que as pessoas falavam. Você é muito mais que um corpo, você tem muito mais para dar do que o seu físico. Óbvio que é importante ter saúde, mas essa é a primeira coisa que você perde quando tem esses transtornos alimentares.
Você vê o seu cabelo maravilhoso caindo, você vê a sua unha quebrando, você vê a sua pele ficando cada dia pior. Eu aconselho essas pessoas a procurarem ajuda de um profissional, ou da família, que é o mais importante. Ou até de alguém que já sofreu com isso. É muito bom quando você encontra alguém que viveu aquilo que você tá vivendo, e que sobreviveu a isso.
Aconselho essas pessoas a fazerem algo que gostem, uma atividade mesmo, pra ocuparem a cabeça com coisas boas, a tentarem enxergar a comida como algo essencial na vida e não como um monstro. Quando você começa a enxergar os alimentos com outros olhos, muita coisa muda. Aconselho principalmente a conheceram o seu corpo, os defeitos e as qualidades que têm e a se amarem em primeiro lugar, não deixar que a opinião dos outros interfira tanto na sua vida. Porque nós estamos aqui pra viver bem e felizes! E se quiserem falar comigo, me chamem haha. Estou aqui pra ajudar. Minha missão é essa.
O Zenklub está aqui para ajudar você. Se você precisa conversar com alguém sobre bulimia, anorexia e outros transtornos alimentares, marque uma sessão com um dos nossos especialistas. Temos mais de 100 disponíveis para você consultar por vídeo-consulta no Zenklub.