A levomepromazina é um fármaco da classe dos antipsicóticos típicos que chegaram ao Brasil por volta da década de 1960.
Juntamente com outras medicações a levomepromazina está no grupo dos fenotiazínicos, isto é, medicações antipsicóticas com importantes efeitos tranquilizantes.
O nome de referência da levomepromazina é o Neozine (produzido pelo laboratório Sanofi-Aventis), mas há nomes comerciais de outras marcas como:
As apresentações desse fármaco estão disponíveis de 3 formas:
Para saber mais sobre esse medicamento, continue conosco!
A levomepromazina é um antipsicótico, mas suas atuações não se resume somente ao tratamento de transtornos de psicose, mas também:
Além disso, esse fármaco tem propriedades sedativas notáveis, causando relaxamento e ajudando até mesmo a combater insônia.
Por esse motivo, a levomepromazina é usada em vários contextos, entre eles:
Leia também: Clozapina: o que você precisa saber sobre esse medicamento
Assim como antipsicótico os demais antipsicóticos típicos ou tradicionais, a levomepromazina atua bloqueando os receptores D2 pós-sinápticos da dopamina.
Esse é o principal mecanismo para tratar os transtornos psicóticos. Por outro lado, o bloqueio dopaminérgico predispõe ao aparecimento de efeitos extrapiramidais.
Além disso, esse fármaco atua inibindo a ação do neurotransmissor acetilcolina, gerando efeitos como:
De fato, a levomepromazina tem um leque amplo de usos.
Vejamos os principais deles:
Assim como os demais neurolépticos, a levomepromazina atua no tratamento de transtornos psicóticos como, por exemplo:
No entanto, este fármaco está em desuso para a melhora de sintomas como alucinações e delírios, uma vez que há hoje no mercado medicações mais modernas com um perfil de efeitos colaterais menos abrangentes.
Isso ocorre porque fármacos da classe dos antipsicóticos atípicos como, por exemplo, a olanzapina, tem uma ação mais específica para o bloqueio dopaminérgico.
Uma vantagem dos antipsicóticos tradicionais é o preço.
A marca de referência da levomepromazina, o Neozine®, pode ser encontrada por menos de R$20,00 a caixa.
Sem dúvidas esse é um das principais indicações que constam na bula da levomepromazina.
O efeito analgésico se dá de forma simplificada pela inibição da ação da acetilcolina, promovendo o relaxamento muscular.
Por isso, os fenotiazínicos atuam bem em associação com outras medicações analgésicas, uma vez que são fármacos que agem em vias diferentes da dor.
Aliás, a levomepromazina é usada nos cuidados paliativos para oferecer aos pacientes em estado terminal menos dores e maior qualidade de vida.
O principal mecanismo de ação da levomepromazina é o bloqueio dopaminérgico.
Nesse sentido, ocorre que a dopamina atua sobretudo em regiões do cérebro relacionadas ao movimento.
Por isso, ao bloquear esses receptores, por tabela diminui-se a agitação psicomotora.
Esse efeito somado ao relaxamento muscular típico da levomepromazina faz com que esse fármaco tenha indicação para tratar pessoas que estão muito agitadas e ansiosas.
Como todos os psicofármacos, há pessoas que não podem usar em nenhum contexto (contraindicações absolutas) e aquelas cujo uso da levomepromazina se dá quando os benefícios superam os riscos (contraindicações relativas). Veja cada uma delas:
Espera-se que a ação da levomepromazina, assim como a dos demais fenotiazínicos, leve a uma sedação leve.
Essa sedação não gera essencialmente um desligamento da consciência, mas sim um relaxamento, fazendo com que a levomepromazina seja especialmente útil para tratar a dor.
Quando associado com fármacos analgésicos, espera-se que a ação de diminuição da dor seja potencializada.
Um dos pontos negativos da levomepromazina é a ampla gama de efeitos colaterais (que ocorre devido a sua baixa seletividade em relação ao mecanismo de ação).
Mesmo com doses mais baixas esse fenotiazínico pode causar:
Raramente e de forma não dose-dependente, pode surgir a agranulocitose, que é um efeito colateral grave, pois há uma supressão das células de defesa do corpo.
Por isso, é recomendável que se faça controle periódico das taxas de células de defesa pelo hemograma.
Além disso, doses mais elevadas de levomepromazina podem causar:
Segundo a bula da levomepromazina, foi observado um aumento de três vezes no risco de eventos cerebrovasculares em pessoas que usam a substância em relação ao placebo.
O mecanismo pelo qual ocorre este aumento de risco não é conhecido.
Assim a levomepromazina deve ser usada com cautela em pacientes com fatores de risco para acidentes vasculares cerebrais.
Em caso de febre abrupta e sem motivo aparente é importante buscar ajuda o quanto antes, uma vez que pode ser um sinal da SNM, um efeito colateral grave e potencialmente fatal dos neurolépticos.
Além desse sintoma, outros que podem surgir são:
Uma vez que a levomepromazina bloqueia de forma pouco específica os receptores de dopamina, podem surgir efeitos colaterais ligados ao movimento descontrolado, já que a dopamina atua em áreas motoras do cérebro.
Entre os problemas de movimento estão:
Por ser uma medicação antiga que teve seu uso no Brasil iniciado por volta da década de 1960, há várias interações medicamentosas perigosas dela com outros fármacos, entre eles:
Embora seja um efeito colateral raro, deve-se ter o máximo de cautela para evitá-lo, uma vez que o torsades de pointes é uma grave arritmia que causa alterações elétricas cardíacas potencialmente fatais.
Por isso, é importante evitar o uso da levomepromazina com as medicações que podem causar torsades de pointes, entre elas:
Medicamentos que inibem a produção de hormônios da tireóide, quando associados com a levomepromazina, aumentam o risco do grave efeito colateral de agranulocitose, em que as células de defesa caem drasticamente.
Exemplos de medicações antitireoidianas são:
Esse mecanismo pode se dar de duas maneiras:
Da mesma forma como algumas medicações podem potencializar os efeitos da levomepromazina, outras podem reduzi-los. Alguns desses fármacos são:
Aqui acontece um duplo “corte”, por assim dizer.
Afinal, o carbonato de lítio, o mais conhecido estabilizador do humor para tratamento de transtorno bipolar, em associação com a levomepromazina, pode reduzir os efeitos desta.
Por outro lado, a levomepromazina pode mascarar os efeitos de uma eventual toxicidade do lítio, assim como o faz com outras medicações como, por exemplo:
Essa categoria de remédios corta o efeito da levomepromazina, uma vez que fazem justamente o efeito contrário dela, uma antagonista dopaminérgica.
São exemplos de agonistas dopaminérgicos:
A levomepromazina não causa dependência química, ou seja, crises de abstinência e tolerância – ter que usar doses cada vez maiores para obter os mesmos resultados.
A dependência química acontece, dentro dos psicofármacos, sobretudo com os benzodiazepínicos e estimulantes.
O que pode no caso da levomepromazina é a dependência psíquica, que se refere à necessidade do uso pelo hábito criado.
Para melhor proveito dos benefícios da levomepromazina e para sua utilização com segurança, é importante seguir as seguintes orientações durante seu uso:
A duração do tratamento com levomepromazina é individualizada e decidida pelo médico em colaboração com o paciente.
O tempo de uso desse fármaco oscila também de acordo com o propósito do tratamento.
Isto é, questões álgicas podem ter uma duração de tratamento menor que transtornos psicóticos.
Em hipótese alguma faça a suspensão da levomepromazina por conta própria.
Um dos efeitos colaterais possíveis desse antipsicótico é diminuir o metabolismo e deixar a pessoa mais propensa a engordar. No entanto, medidas de controle alimentar e prática regular de exercícios físicos ajudam a evitar o ganho ponderal.
Esse é um dos possíveis efeitos secundários do fármaco. No entanto, não há indicação formal da Academia Americana do Sono para usar a levomepromazina para tratar insônia.
Caso se esqueça de tomar uma dose de Neozine, deve tomar a dose esquecida logo que se lembre. Porém, se já se encontrar muito próximo do horário da dose seguinte, deve ignorar a dose esquecida, e tomar apenas a dose do próximo horário.
A levomepromazina é um antipsicótico típico cujo principal efeito é causar relaxamento e sedação.
No entanto, por realizar bloqueios da dopamina, pode ser usado também para tratar transtornos psicóticos ou crises de ansiedade e agitação.
De qualquer forma, é indispensável procurar ajuda de uma terapia a fim de se obter os melhores resultados com o uso da levomepromazina.
A Zenklub conta com mais de 4000 profissionais especialistas em saúde mental.
Conheça o time de especialistas da Zenklub e marque sua consulta!
1) https://consultaremedios.com.br/levomepromazina/bula
2) https://www.medicinanet.com.br/conteudos/medicamentos/688/valproato.htm
3) https://www.saudedireta.com.br/catinc/drugs/bulas/neozine.pdf