O sair da Caixa de hoje vai contar a história da Tatiana Fernandes, uma paulista de 32 anos que foi adotada logo que nasceu e se tornou a caçula de 3 irmãos. Casada há um ano, Tatiana pretende seguir os mesmos passos que um dia seus pais adotivos fizeram em adotar uma criança.

Tati passou por diversos desafios com a sua autoestima e problemas ligados ao seu bem-estar emocional que a impediram de tomar atitudes na vida e na carreira. Cliente do Zenklub e adepta a prática de Coaching, sem dúvidas, essa história poderá inspirar você!  

Tati, vamos começar entendendo qual a sua formação acadêmica.

Comecei a estudar direito, mas descobri que minha paixão sempre foi o jornalismo, que se tornou a minha área de formação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Acabei me enveredando pelo marketing digital, com MBA pela ESPM.

Como aconteceu a sua carreira?

Sempre trabalhei com conteúdo. Em 2011, a área de analista de mídias sociais era uma novidade e eu resolvi me adentrar nela. Achava-a fascinante, pois lida com a criatividade e tendências novas a cada momento.

Terapia é para quem quer se desenvolver

Trabalhei como analista plena, passando a community manager e gerente de contas. Também já fiz freelance e passei por agências de publicidade, startup, consultoria e de marketing de performance (voltada mais para métricas e resultados), além de projetos paralelos, como integrante de podcast e organizadora de eventos de série de TV.

Gosto dessa veia multifacetada que o profissional de comunicação pode seguir, a flexibilidade e os desafios que essa carreira proporciona. Mas o melhor é quando o público se identifica com a sua criação: esse é um retorno super legal e faz com que você possa alcançar as pessoas.

O que te motiva e inspira a seguir com a sua carreira?

Minha força motriz sempre foi o sentimento da paixão, combinada com acreditar ser capaz, tanto na carreira quanto minha vida. Essa dupla, quando alinhada, me faz ir em frente, alcançando metas, sonhos e objetivos.

Tatiana Fernandes

Quais foram os erros que você cometeu na carreira que serviram de ensinamento e degrau para evoluir profissionalmente?

Meu erro foi justamente a falta de crença em mim mesma. Sempre lidei com uma autoestima frágil, porque não achava ser boa o suficiente. E essa foi uma jornada e tanto de autodescoberta.

Estava desde 2016 sem um emprego fixo e trabalhando com freelances esporádicos, não me atrevendo a enviar meu currículo por medo ou por menos-valia. Me sentia muito perdida e pensando se aquela era mesmo a profissão que eu desejava continuar.

Minha carreira não evoluía porque eu era minha pior inimiga: não tinha vontade e me achava incapaz em tudo que fazia.

Foi então que no final de 2017, descobri a chamada síndrome do impostor e compreendi que ela, combinada com a autoestima baixa, me prejudicaram desde sempre e me sabotaram em meus anos profissionais.

Porque eu sempre pensava que, além de não entregar um bom trabalho, não me adequava em diversos ambientes que passei- seja, por introversão ou receio. Muitas vezes, não durava 1 mês em um trabalho porque não me encontrava nele- sendo que a ansiedade e essa sensação de “o que estou fazendo aqui?” atrapalhavam meu potencial.

Pesquisei a fundo e resolvi procurar ajuda para os meus temores, encontrando a plataforma do Zenklub. Casou perfeitamente com as minhas necessidades por ser prático e com excelente custo-benefício. Comecei em 2018 a fazer sessões com minha coaching e psicóloga Daniele Nazari e trabalhamos não só a questão profissional, mas principalmente com o resgate e reconstrução do meu ser- por que eu me saboto tanto? Quais eram minhas crenças limitantes? Como organizar minha rotina e pensar concretamente nos meus objetivos?

Foi uma caminhada diária (e ainda é). Saber que me amo, que sou inteligente e competente, que me respeito e me valorizo, que sou digna das coisas que escolho…tudo isso foi uma verdadeira mudança na minha vida.

Depois de me reerguer como pessoa, partimos para um plano de ação profissional, onde me preparei para voltar ao mercado de trabalho. Então, se eu pudesse apontar erros nessa caminhada e as soluções, seriam:

  • Falta de evolução. Aprenda, leia e veja coisas novas todos os dias;
  • Falta de planejamento e de prioridades. Anote o que você vai fazer no dia seguinte e qual a ordem de importância daquela tarefa: isso vai lhe dar um senso de responsabilidade e de utilidade, mesmo desempregado. Nem que sejam as tarefas de casa, isso já faz você sair do comodismo;
  • Não procurar ajuda. Quanto antes você conseguir um aconselhamento, melhores as chances de sucesso;
  • Não ter trabalhado minha autoestima. Procure grupos, coloque as coisas sob uma perspectiva de que você não está sozinho e se cerque de pessoas que lhe apoiem e possam lhe dar uma segurança emocional.

Quais hobbies e atividades relacionadas ao cuidado com o seu bem-estar emocional que você faz e considera importante para lidar com o dia a dia?

Me exercitar e alimentar corretamente para ter mais disposição, além de sempre ler e descobrir coisas novas para manter minha criatividade em dia.

Outro ponto importante é sempre contar com o apoio emocional de pessoas próximas, mas ter igualmente um tempo para si mesma: ir ao cinema ou jantar sozinha.

E uma atividade fundamental e que recomendo é sempre ter com você uma lista de características boas ou adjetivos sobre si e tê-la em mente sempre que se sentir para baixo, pois você será a pessoa que mais pode se apoiar.

Como você definiria o seu momento profissional hoje? E o pessoal?

Profissionalmente, eu não poderia estar mais feliz. Consegui uma recolocação fantástica, com excelente localização e que vai me propiciar o crescimento que tanto almejo!

Já minha vida pessoal tomou uma guinada: Decidi ter ao meu lado somente pessoas que me queiram bem e que me valorizam, estou cuidando de minha saúde e alimentação e tenho um relacionamento firme e forte e cheio de cumplicidade com meu marido, que super me apoia muito.

Sinto que o futuro me reserva muitas perspectivas positivas!

Nesse caminho de desenvolvimento pessoal, quais dificuldades profissionais você também encontrou por ser uma mulher?

O ambiente de agências de publicidade contém uma atmosfera complicada por conta do clube do bolinha. Por conta disso, minha opinião não contava muito porque exigiam um “viés masculino” de pensamento para determinados projetos.

Também já fui assediada por um chefe e me senti terrível por isso, o que me fez querer a demissão.

Quais os principais desafios para as mulheres no mercado de trabalho que você também se identifica?

Conciliar as tarefas com a maternidade é um temor que tenho. Há também a discrepância de salários e a conquista de cargos mais competitivos, que, infelizmente, ainda são desafios muito recorrentes.

Alguma ideia de quais serão os seus próximos passos?

Trabalhar e conseguir o reconhecimento de colegas e superiores, além de construir uma estabilidade e planejamento financeiros e um futuro mestrado.

Qual dica você daria para outras mulheres que desejam alcançar sucesso profissional?

Investir não só na educação, mas principalmente na prática e no dia a dia da sua carreira, além de focar no esquema “/” – Fulana que exerce a carreira x/ carreira y/carreira z- ou seja, ser uma profissional multifacetada que atenda a diversas demandas, sem nunca deixar de aprender.