Não gostar de altura, preferir não dirigir, evitar falar em público ou optar por viagens de carro e ônibus, em vez de avião, são alguns dos problemas cotidianos que podemos nos deparar na nossa vida. Mas e quando esse receio e hesitação vira medo e fobia, o que fazer?

Não levar tão a sério os seus sentidos em relação a algo que você evita fazer, pode não ser a melhor saída, afinal, você apenas esconde por um tempo esse sentimento, mas ele sempre vai continuar ali, em algum lugar dentro de você, guardado.

Muitas vezes temos vergonha de expor essas nossas questões e, por isso, é tão comum que substituirmos uma ação a superá-la e fazê-la. Vamos entender então, um pouco melhor sobre o significado de medo e fobia, para que você se familiarize com essas sensações, perceba o que está lhe causando tanto desconforto e entenda como você vai vencer.

O que é o medo? O que é fobia?

O medo é uma sensação e reação natural de nós humanos, que atua como nosso aliado, nos sinalizando dos perigos reais. É como um resultado das ameaças à nossa rotina de sobrevivência.

Já a fobia, é essa sensação de medo de forma acentuada, excessiva e até desmedida que acontece como uma previsão, ou seja, antes mesmo da situação acontecer, causando graus de ansiedade muito elevadas.

Entenda, que a fobia nem sempre é considerada uma doença, ela pode ser um sintoma ocasionado por outro transtorno. De toda forma, não devemos descartar essa sensação de medo desmedido e até incoerente com a situação, pois é algo completamente diferente de ter um ansiedade natural a todos nós.

Qual a diferença entre medo e fobia?

A principal diferença entre fobia e medo é a intensidade e a duração com que a fobia acontece. Isso porque, a fobia costuma ter uma duração maior, provoca reações psicológicas e físicas, e pode até comprometer a qualidade de vida de quem sente, paralisando algumas atividades e a rotina.

Além disso, podemos considerar que a fobia tem diferentes motivações e, por isso, são classificadas em cinco tipos:

  • Fobias de animais;
  • Fobia de situações específicas, como altura, andar de avião ou elevador, medo de dirigir;
  • Fobias de feridas, injeções e sangue;
  • Fobias de atividades da natureza, como enchentes, terremotos e trovoadas;
  • Fobias sem uma classificação específica, que inclui desde o medo de ter uma doença, até ter medo de ficar sozinho, do escuro ou de se casar.

Muitas dessas fobias são bem conhecidas e até recebem nomes específicos:

  • Fobia social: medo de exposição e de pessoas;
  • Agorafobia: medo de multidões e espaços abertos;
  • Aracnofobia: medo de aranhas;
  • Claustrofobia: medo de locais fechados;
  • Acrofobia: medo de altura;
  • Glossofobia: medo de falar em público;
  • Aerofobia: medo de andar de avião;
  • Zoofobia: medo de animais;
  • Tripofobia: medo de buracos;
  • Nictofobia: medo da noite ou do escuro.

Quais as causas dos medos e fobias?

Aparentemente as causas são desconhecidas no ambiente médico e psicológico, mas, acredita-se que muitas originam por questões relacionadas ao histórico e ambiente familiar e traumas de situações passadas, seja social, pessoal ou momentâneo.

Então, muitas dessas ansiedades desmedidas, como já comentamos aqui, são relacionadas a diversos fatores que podem não ter sido resolvidos emocionalmente e que acabam se transformando em diferentes transtornos.

Medos e fobias: sintomas

Os sintomas vão depender muito do tipo de medo e fobia que você tem, mas algumas características mais gerais, podem ser observadas como comum a todas as pessoas:

  • Vontade de evitar pessoas, situações ou algo que te deixa desconfortável;
  • Sensação de pânico, terror ou tremor incontrolável;
  • Sintomas de ansiedade com intensidade;
  • Taquicardia, problemas para respirar e sudorese;
  • Incapacidade de controlar o medo, mesmo sabendo que não há um risco real;
  • Necessidade de fuga.

Diagnóstico

Não existe um exame laboratorial que defina um diagnóstico, mas sim uma conclusão a partir de uma entrevista clínica, de preferência com um psiquiatra, que irá considerar as suas queixas por sintomas e histórico emocional e clínico.

Fobia tem cura?

Não podemos precisar que todos os tipos de fobia podem ter cura, tudo vai depender da eficiência e comprometimento com o tratamento, e com a intensidade desses sintomas a serem trabalhados.

Como tratar medos e fobias?

O tratamento de fobia e de medos tem por objetivo reduzir os sintomas, principalmente, da ansiedade, provocados por questões ilógicas e irracionais, agindo direto na causa e ensinando a gerenciar as reações físicas e emocionais.

A psicoterapia é, sem dúvidas, o remédio mais indicado para esses casos, podendo ser acompanhados por tratamento medicamentoso ou não, o que vai ser definido pelo próprio psiquiatra após avaliação.

Vale reforçar, que apenas um especialista poderá determinar qual a melhor medicação e dosagem correta para o seu problema, então não tente optar por essa alternativa por autoprescrição, isso poderá inclusive piorar os seus sintomas.

Possíveis complicações

Como mencionamos logo no começo do artigo, essas fobias podem atingir o nível de atrapalhar a qualidade de vida de uma pessoa e perturbar ações simples da rotina dela. E essas complicações podem acontecer, principalmente, com pessoas que evitam o tratamento adequado:

  • Isolamento social: evitar pessoas e lugares, prejudicando a vida pessoal e profissional;
  • Transtornos de ansiedade:o agravamento pode desencadear outras síndromes e até a depressão;
  • Vícios: o desafio de conviver com uma fobia, pode acarretar em abuso de substâncias de relaxamento social, por exemplo, como álcool e drogas;
  • Possibilidade de desenvolver pensamentos suicidas.

A recomendação é que aos primeiros sinais e sintomas, um médico seja consultado, assim você evita maiores complicações.

Os segredos para vencer o medo

Obviamente o tratamento com um especialista é a opção mais eficiente, pois trata direto na causa dos seus sentimentos e sensações, mas há algumas dicas que você adotar e começar a aplicar na sua vida:

Do que você tem medo?

Você já se perguntou o que tem provocado o seu bem-estar? Mesmo que possa parecer óbvio, muitas vezes confundimos a origem de todo o problema. Por exemplo, você pode achar que tem medo de avião, mas na verdade o seu medo irracional é por locais fechados.

Provoque essa curiosidade em si e, se precisar, anote e refaça todo o caminho até chegar a sua sensação de desconforto.

Não guarde para si

Conversar com outras pessoas e revelar as suas sensações, além de te ajudar a identificar um ponto de apoio, você desafoga e tira um peso dos seus ombros em guardar tudo que sente somente para você.

Trabalhe os seus diferentes medos

Todo mundo pode ter diferentes medos e fobias e que, consequentemente, desencadeia uma série de sintomas. Faça o exercício de criar uma hierarquia para começar a trabalhar a sua questão principal dentro dessa história toda.

Aprenda a relaxar

Aprenda e utilize técnicas de relaxamento e de respiração. Meditar ou praticar o mindfulness vai te dar ferramentas e habilidades para você utilizar em situações de descontrole emocional.

Seja positivo

Transforme o seu temor em pensamentos positivos, mesmo que seja uma tarefa muito complicada. Lembre-se que pensamentos bons atraem coisas boas. Então, foque em recordações bonitas e felizes para aliviar o negativismo.

Tenha hábitos saudáveis

Praticar exercícios não é só importante para sua saúde física, como também mental. Além disso, sua alimentação e descansar podem contribuir muito para alcançar o equilíbrio emocional.

Paciência

Como a maioria das coisas na nossa vida, ter paciência é uma virtude para superar as adversidades. O tempo e o esforço fazem parte do processo de conquista.

Terapia

Não tenha receio de buscar ajuda e faça terapia. Você vai ver que, além de superar medos e fobias, você vai desenvolver habilidades sociais, inteligência emocional e ter mais autoconhecimento, fatores muito importantes para o nosso crescimento pessoal e até profissional.