Quem nunca se esqueceu de alguma coisa? É realmente comum que cada um de nós tenhamos alguma amnésia em certos momentos das nossas vidas, mas no transtorno dissociativo (TDI) isso acontece com considerável frequência.

Essa condição afeta não somente a memória da pessoa, mas também questões:

  • Identitárias
  • Emocionais
  • Motoras
  • Comportamentais

Para saber mais sobre esse transtorno dissociativo de personalidade (também conhecido como transtorno conversivo), confira o artigo até o final!

Tenha uma ótima leitura.

Quais são os principais sintomas do transtorno dissociativo?

De fato, o transtorno dissociativo é um transtorno mental muito complexo.

Afinal, ele assume uma série de nuances de acordo com cada indivíduo.

Embora os sintomas do transtorno dissociativo variem bastante de pessoa para pessoa, alguns sintomas são comuns. Entre eles:

Alterações de memória e confusão mental

Esse é o sintoma mais característico do transtorno de personalidade dissociativa.

É comum que a pessoa com a condição se esqueça daquilo que aconteceu em um tempo prévio. Isso se chama amnésia dissociativa.

Em casos mais sérios de transtorno de personalidade dissociativa, a pessoa não mais reconhece o local em que se encontra, nem quem ela é (esses sintomas chamam-se, respectivamente, desrealização e despersonalização).

Problemas relacionados aos movimentos

Como uma forma de “desligar” o gasto energético com as questões do movimento para focar simplesmente nas questões psíquicas, a pessoa com transtorno dissociativo (TDI)  pode 

Além disso, o transtorno de personalidade dissociativa manifesta em alguns casos a diminuição da velocidade dos movimentos (chamado tecnicamente de bradicinesia).

Aliás, em casos mais graves, a pessoa com o transtorno de personalidade dissociativa fica em estado catatônio. Ou seja, ela fica totalmente sem movimentos, sendo por vezes preciso passar uma sonda para realizar a alimentação do paciente.

Também é possível que o paciente com esse transtorno tenha crises semelhantes a convulsões e sensação de queda na sensibilidade nas seguintes regiões do corpo:

  • Boca
  • Língua
  • Membros superiores
  • Membros inferiores

Múltiplas personalidades

Certamente você já ouviu falar do transtorno de múltiplas personalidades, não é?

Essa condição é o tipo de transtorno dissociativo chamado de transtorno dissociativo de identidade. 

Por muito tempo, acreditou-se que essa condição era fruto de questões espirituais.

No entanto, com o avanço da ciência, descobriu-se que se trata de um conjunto de alterações neuro cerebrais que culminam gerando uma série de alterações na forma como uma pessoa se comporta. 

O transtorno dissociativo de identidade ficou famoso após ser retratado por meio do personagem no filme Fragmentado em que Kevin Wendell Crumb, um homem com 23 personalidades, sequestra e mantém presas 3 jovens em uma espécie de bunker totalmente isolado.

O que causa o transtorno dissociativo?

Assim como todos os transtornos da personalidade, a causa é multifatorial.

Ou seja, há uma série de componentes que implicam na causa do transtorno dissociativo.

Por exemplo, aspectos genéticos, neuroquímicos e hormonais têm influência na causa das doenças. Além disso, fatores psicológicos e até mesmo sociais interferem na causa do transtorno dissociativo. 

Fator de estresse marcante

Por vezes, a causa base do transtorno dissociativo é algum acontecimento de altíssimo impacto emocional.

Por exemplo, a perda de um familiar de uma maneira trágica e completamente inesperada pode deflagrar alterações não só no físico como também na mente da pessoa, tornando-a suscetível a desenvolver o transtorno dissociativo conversivo.

O transtorno dissociativo como mecanismo de defesa

De acordo com um estudo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria, uma causa possível do transtorno dissociativo é a adoção de múltiplas personalidades como um mecanismo de defesa.

Ou seja, para lidar com conflitos interiores, a pessoa opta por interpretar determinados papéis em certas circunstâncias.

Assim, de uma certa forma, a pessoa não entraria em um colapso psíquico e conseguiria, ainda que com um transtorno mental, realizar certas atividades no seu dia a dia.

Como é o comportamento de uma pessoa com transtorno dissociativo?

Embora o filme Fragmentado represente a pessoa com o transtorno dissociativo como alguém extremamente perigoso, não é sempre assim.

Isso reforça um estigma negativo sobre as condições mentais que não condiz com a realidade. 

Isto é, as pessoas com transtornos mentais sérios (como o transtorno bipolar), se realizarem o tratamento adequado, terão vidas repletas de sentido e funcionalidade.

Na verdade, o comportamento de uma pessoa com transtorno dissociativo pode variar bastante.

Mas um comportamento comum em uma pessoa com transtorno dissociativo são as chamadas fugas psicogênicas.

Elas se referem basicamente à necessidade de alguém apagar determinadas memórias. A fim de concretizar esse fim, a pessoa pode mudar de cidade até mesmo de nome, vivendo de forma completamente diferente por alguns dias até vários meses.

Esquecimentos frequentes somados a outros sintomas de transtorno dissociativo (citados anteriormente) são sinais de alerta para buscar ajuda de um profissional.

Como saber se sofro de transtorno dissociativo?

Como você pode notar, os sintomas de transtorno dissociativo de identidade são muito variados.

Embora não seja uma condição tão frequente(a condição possui uma prevalência de 1,5%) é importantíssimo avaliar caso você ou algum conhecido seu possua sintomas do transtorno dissociativo. 

Afinal, o tratamento consiste na realização de sessões de terapia para organizar a mente e melhorar a qualidade de vida. 

Na Zenklub você encontra mais de 4000 profissionais habilitados para identificar e tratar o transtorno dissociativo conversivo.

Referências:

1) JOHNSON et al. Dissociative disorders among adults in the community, impaired functioning, and axis I and II comorbidity. Journal of Psychiatric Research, 2006.

Disponível em:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16337235/

2) JUNIOR et al. Dissociation and dissociative disorders: theoretical models. Braz. J. Psychiatry 21. 1999.

Disponível em:

https://www.scielo.br/j/rbp/a/8rrPDMV98fQBGKPGpLJsq9k/?lang=pt

3) KAPLAN, H. B.; SADOCK, B. J.; GREBB, J. A. Compêndio de psiquiatria: Ciências do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.

4) Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.