Transtorno Disfórico Pré-Menstrual: saiba tudo sobre a condição
Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é algo que algumas mulheres sofrem sem saber…
Afinal, a famosa TPM (tensão pré-menstrual) é comum. Cerca de 70% a 80% das mulheres são acometidas por alguma mudança de humor no período pré-menstrual.
Mas, na verdade, alguns casos de TPM são TDPM.
Se você quer saber mais sobre esse assunto, acompanhe com atenção as informações a seguir.
Tenha uma excelente leitura!
O que é transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM)?
A Associação Psiquiátrica Americana define o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) como uma forma grave da síndrome pré-menstrual, condição em que surgem sintomas físicos e psicológicos a partir da ovulação (segunda metade do ciclo menstrual).
Sendo assim, a TDPM é um quadro que causa prejuízos à qualidade de vida de quem sofre e também das pessoas ao redor.
Nesse aspecto, é importante saber quais são os principais sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) para procurar ajuda o mais rápido possível a fim de realizar os tratamentos necessários.
Fatores de risco para TDPM
Algumas situações físicas, comportamentais, sociais, familiares ou psicológicas estão relacionadas comprovadamente com a TDPM. Confira quais são:
- Baixa escolaridade;
- Tabagismo;
- História de eventos traumáticos;
- Transtornos ansiosos.
Embora alguns estudos mostrem que há relação de TDPM com genética e depressão pós-parto, não se trata de um consenso. Ou seja, mais pesquisas precisam ser feitas para se ter uma opinião categórica sobre esses pontos.
Qual a diferença de TDPM e TPM?
Pois bem, agora chegou a hora de você saber como diferenciar TDPM de TPM. Embora ambas as condições se associem à menstruação elas não são sinônimos.
Em primeiro lugar, é importante destacar que os sintomas de TPM podem envolver:
- Percepção dos batimentos cardíacos (palpitações);
- Dor nas costas;
- Distensão;
- Inchaço e dor nos seios;
- Alterações no apetite e desejo de comer determinados alimentos;
- Constipação;
- Cólicas, sensação de estar mais pesada ou pressão na região inferior do abdômen;
Apesar de se confundirem com os sintomas de TDPM, há uma tendência de este último envolver mais sintomas psíquicos.
Além disso, os sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual tendem a ser mais intensos, gerando maior sofrimento à mulher. Confira na sequência alguns dos sintomas característicos de tal quadro.
Quais são os sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual?
Os sintomas do TDPM vão (terminam quando a menstruação cessa) e voltam (surgem na segunda metade do ciclo) e podem ser de natureza:
- Física;
- Comportamental;
- Emocional;
- Cognitiva.
Alguns sintomas característicos do transtorno disfórico pré-menstrual envolvem:
- Oscilações de humor;
- Irritabilidade;
- Ansiedade;
- Desânimo;
- Dificuldade de concentração;
- Alterações no sono ou no apetite;
- Inchaço (mais comum);
- Náusea;
- Dor de cabeça;
- Vertigem;
- Fadiga;
- Ganho de peso;
- Dor na região das mamas.
Como é feito o diagnóstico?
Para o diagnóstico do TDPM, são necessários cinco sintomas, sendo pelo menos um da esfera afetiva.
O Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia define que o diagnóstico só pode ser dado quando o especialista identifica um conjunto de sinais e sintomas em que pelo menos um deles está associado a prejuízo social ou econômico, ocorrendo cinco dias antes do início da menstruação e presente por três ciclos consecutivos.
Ademais, é preciso excluir outras doenças clínicas, psiquiátricas (como transtorno depressivo maior ou distimia) ou uso de medicação.
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição – DSM-5, sintomas essenciais para o diagnóstico do TDPM envolvem:
- Sensação de nervosismo ou de estar no limite;
- Tensão elevada ou aumento importante da ansiedade;
- Labilidade afetiva – oscilações do humor;
- Humor deprimido;
- Sentimentos autodepreciativos ou desesperança; ;
- Intensa raiva ou irritabilidade ou aumento dos conflitos com outras pessoas.
Qual é o tratamento para TDPM?
Quem sofre de TDPM pode se envolver com mais facilidade em brigas conjugais, sociais ou no trabalho.
Além disso, o sofrimento da paciente é evidente…
Por conta disso tudo, é preciso buscar ajuda especializada para realizar um dos tratamentos para o transtorno disfórico pré-menstrual.
Antes de falarmos sobre as opções, fica a dica: nunca se automedique. Há medicações como os benzodiazepínicos (especialmente alprazolam) que, além de não serem eficazes, podem causar dependência.
Vamos aos tratamentos:
Mudanças de estilo de vida
Em primeiro lugar, o tratamento do TDPM envolve mudanças no estilo de vida, recomendando-se:
- Prática de atividades físicas regulares;
- Técnicas de relaxamento – por exemplo, meditação;
- Refeições regulares;
- Diminuição da ingestão de sal;
- Evitar tabagismo;
- Redução do consumo de bebida alcoólica;
- Horas de sono suficientes;
- Diminuição da ingestão de cafeína.
Antidepressivos
De uma forma geral, em quadros moderados a graves (situações em que se pode apresentar prejuízos socioeconômicos) lança-se mão de uma classe de remédios chamada antidepressivos.
Os mais indicados antidepressivos para tratar o TDPM são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como:
- Fluoxetina;
- Sertralina;
- Paroxetina;
- Citalopram;
- Escitalopram.
Além disso, há outras opções de antidepressivos, que agem em outros neurotransmissores como a clomipramina e a venlafaxina.
Pode-se iniciar os antidepressivos cerca de 14 dias antes da menstruação, ou seja, de forma intermitente, mas seu uso contínuo parece ser mais eficaz.
O tempo de uso dos antidepressivos varia caso a caso, mas pode durar mais de 1 ano.
Anticoncepcionais
O uso de anticoncepcionais orais pode causar alívio dos sintomas. Mas tais medicações são consideradas a 2ª linha para o tratamento do TDPM (1ª linha são os antidepressivos).
Nos casos em que há indicação dos anticoncepcionais, é sugerido tratamento com um contraceptivo oral combinado (COC) – isto é, composto de estrogênio e progesterona.
Mulheres com TDPM que iniciam os COCs devem ser monitoradas, pois em alguns casos pode haver piora do humor.
Em todos os casos em que COCs são prescritos, é crucial que a mulher tenha acompanhamento de um profissional da área de ginecologia.
Vitaminas e minerais
Apesar de não estarem comprovadas as relações entre TDPM e baixa quantidade de vitaminas e minerais, pode-se tentar a suplementação deles no tratamento.
No entanto, a paciente deve ser orientada que alguns estudos apontam que tal prática não faz diferença (é igual placebo).
Dito isso, algumas opções são:
- Vitamina B6;
- Carbonato de cálcio;
- Vitamina E;
- Magnésio;
- Triptofano.
Outros tratamentos
- Vitex agnus castus (chasteberry): ainda há poucos estudos sobre este fitoterápico;
- Psicoterapias: possibilidade para as pacientes que não desejem fazer uso de medicação. Uma das técnicas estudadas é a cognitivo-comportamental;
- Acupuntura: também há poucos estudos a respeito, mas parece promover melhora dos sintomas físicos e de humor;
- Cirurgia: considerada em último caso para induzir a cessação da menstruação.
Conclusão
O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é diferente da TPM, pois causa sintomas predominantemente psíquicos e repercussões geralmente mais preocupantes na vida da paciente.
Por isso, é importante buscar o quanto antes uma das opções dentre os tratamentos o quanto antes.
Se você acha que sofre do problema mas está em dúvida se é de fato TDPM, procure um profissional especialista. Como boa parte dos sintomas são psíquicos, um especialista em saúde mental pode te ajudar.
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Referências
https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/premenstrual-dysphoric-disorder-pmdd/https://whitebook.pebmed.com.br/conteudo/?id=46074&categoryId=26#transtorno-disforico-pre-menstrual/