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{{/items}}Este artigo é baseado em nosso podcast de saúde emocional, o Zencast. Neste episódio, conversamos com a Monja Coen sobre a sabedoria de fim de ano. Para saber mais sobre o tema, ouça o episódio no player e leia o artigo abaixo.
Budista há mais de três décadas, a líder espiritual e fundadora da Comunidade Zen Budista, Monja Coen, participa do último episódio do ano do Zencast trazendo sabedoria e iluminação sobre a chegada de um novo ciclo. Com muita leveza e bom humor, ela transforma assuntos difíceis em significados mais compassivos.
“O ano tá acabando. Como tudo que começa, termina. É um ensinamento de Buddha. Nada é como foi, é como será. E nada foi como é agora.”
Foram inúmeros os aprendizados que tivemos ao longo de 30 minutos e vamos listar apenas alguns deles. Já avisamos que, ao fim da leitura, você vai querer correr pra dar play pra ouvir cada um deles!
Tudo ficou intensificado num ano em que encontramos tão pouca satisfação. É uma era de negação da realidade, além da dificuldade e sofrimento que permeou a vida de cada cidadão, independente de classe e clero. Nada ficou mais fácil, apenas mais difícil.
Monja diz que sempre foi perceptível para alguns, mas se tornou claro e evidente para o mundo todo:
“Neste ano, percebemos fisicamente que somos um só corpo, uma só vida no planeta. Estamos todos interligados e nos inter comunicando. É impossível nos separarmos de qualquer ser, de qualquer forma de vida. Nós somos a vida da Terra, do planeta, em constante transformação. Isso ficou visível, era uma ideia, uma teoria. Mas agora ficou visível.”
Segundo a tradição budista, os humanos podem ser comparados com 4 tipos diferentes de cavalo: o primeiro, só de ouvir o barulho do chicote já sai em disparada; o segundo precisa apenas sentir o impacto do chicote na pele para começar a andar; o terceiro precisa alcançar a carne para sair do lugar; e o quarto só se movimenta quando realmente sentir o chicote já no “osso”.
Em comparação com o contexto de pandemia, Monja Coen exemplifica que muitos perceberam rapidamente que o mundo mudou e que diversas adaptações seriam necessárias, enquanto outros se movimentam contra mudanças estabelecidas, como as voltadas ao isolamento social. Para a líder budista, é imprescindível saber ultrapassar por momentos que exigem mudanças:
“A vida é movimento e transformação e nós temos que estar presentes no momento para perceber: quando é que eu mudo? Temos que mudar as dinâmicas pedagógicas, de trabalho e de relacionamentos, pois elas têm que se transformar.”
Já falamos por aqui que a resistência a mudanças pode estar ligada ao medo. Leia mais aqui.
Alguns tiveram a capacidade de ver oportunidades abertas, não só as portas que foram fechadas nesse momento.
“A gente sabe que nós humanos temos uma capacidade criativa, e se tivermos foco e necessidade, a gente faz.”
A capacidade de adaptabilidade faz toda a diferença quando olhamos para dificuldades e oportunidades: quanto mais dificuldade para nos adaptar, mais empecilhos surgirão e estarão presentes em nossas vidas, enquanto a flexibilidade é um fator determinante para superar desafios e encontrar um equilíbrio.
“Tudo está em movimento e transformação. Eu não posso querer segurar coisa alguma. Por que tudo está fluindo. Como meu corpo, minhas ideias e minha maneira de estar no mundo. O apego me limita, e quem não percebe isso, fica limitado. O mundo está mudando, a educação, a tecnologia. Tudo é fluido. É tentativa e erro, para absolutamente tudo. “
Para complementar, fica a leitura: É hora de ressignificar: mudanças promovidas pela quarentena
“A gratidão faz muito bem a nós humanos. Zen tem dois sentidos, em japonês: é meditar e estar com bem-estar. Quando queremos ficar Zen, não queremos fugir da realidade, é estar absolutamente presente onde você está e não ser manipulado por ninguém. É um estado de sabedoria.”
Para Coen, a meditação é a libertação da mente humana. Ao longo do papo, ela ensina a fazer e usar a meditação e respiração consciente para enfrentar dificuldades relacionadas às rupturas da pandemia:
“Respire conscientemente: percebeu que vai ficar ansioso, senta e respira. Respira, e solta devagar. Estou presente no presente. Eu sou a vida nesse instante manifestado.”
É da natureza humana ter momentos de indignações sobre a vida. Com a fala, somos capazes de fazer um manifesto. Se há algo que não estamos de acordo, nos manifestamos. Mas, com o advento da tecnologia e as mudanças de comportamento severas que aconteceram ao longo do ano, pudemos perceber que as manifestações estão cada vez mais extremas e odiosas.
“A nossa maneira de pensar no mundo precisa ser manifesta. Mas precisamos nos manifestar por meio da não-violência. Nós temos que transformar uma cultura de violência por uma cultura de paz.”
Estar zen, neste contexto, é ter capacidade de discernimento correto. É um estado de clareza mental, sabedoria, é o despertar da mente humana. Menos aflito, menos ansioso, mais presente.
E como fazer com que as pessoas despertem? Que as pessoas se sintam acolhidas e respeitadas? Monja Coen responde: entrar em contato com o autoconhecimento profundo por meio do estado “zen”.
“Não existe um estado de sabedoria sem compaixão e ternura. E não existe compaixão sem sabedoria. A compaixão não é visceral. A minha fala, meu movimento, tudo que faço mexe a trama do universo. E sabedoria e compaixão também é treino. Esse ano também pode ser maravilhoso, se formos capazes de fazer um dia melhor que o outro. Respire.”
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