Moclobemida: o que você precisa saber sobre esse medicamento

Pessoa segurando uma pílula de medicamento com a ponta dos dedos

A moclobemida é um antidepressivo inibidor da monoaminoxidase-A que serve para tratar transtornos depressivos, ansiedade social e certas fobias que serão discutidas no texto.

Um dos nomes comerciais da moclobemida é Aurorix®, fabricado pela indústria farmacêutica Roche.

As doses de tal remédio que são comercializadas são as seguintes:

150 mg;
300 mg.

Para saber mais informações contidas na bula da moclobemida, continue com a gente e tenha uma excelente leitura!

Para que serve a moclobemida?

A moclobemida é um antidepressivo que serve para melhorar o estado de humor.

Assim, a principal doença a qual a moclobemida serve para tratar é o transtorno depressivo maior.

Contudo, além desse transtorno, tal IMAO pode melhorar quadros de:

Fobia;
Ansiedade social.

Como a moclobemida funciona e age no organismo?

A moclobemida atua inibindo uma enzima chamada monoaminoxidase-A.

Diferente da maior parte dos IMAO’s a moclobemida inibe tal enzima de forma reversível, ou seja, por tempo limitado.

Isso faz com que os riscos de efeitos colaterais associados ao excesso dos neurotransmissores, que são degradados pela monoaminoxidase, diminuam.

Nesse contexto, os principais neurotransmissores que aumentam com o uso da moclobemida são:

Serotonina;
Noradrenalina.

Para que a moclobemida é indicada?

Transtornos depressivos maiores

São caracterizados por humor deprimido somado à falta de satisfação com nenhuma atividade cotidiana que antes dava prazer.

Esse quadro deve persistir por pelo menos duas semanas e não estar relacionado a nenhuma condição como, por exemplo, o luto.

Alguns outros sintomas do transtorno depressivo maior são:

Dificuldade de adormecer após acordar durante a noite;
Cansaço físico e mental;
Pensamento recorrente sobre morte ou suicídio;
Perda de peso em excesso;
Perda de apetite e libido;
Sensação de vazio;
Pessimismo;
Angústia.

Fobias

Há vários tipos de fobias, entre elas:

Social;
Específica.

A moclobemida serve para tratar sobretudo a agorafobia, o medo e a ansiedade de ficar em situações ou locais sem uma maneira de escapar facilmente ou em que a ajuda pode não estar disponível, por exemplo:

Em multidões;
Dentro de ônibus;
Dentro de elevadores.

Ansiedade social

É um tipo de fobia caracterizada, principalmente, pelo medo de falar em público.

Estes casos podem ser diagnosticados também pelo nome de “ansiedade de desempenho”.

Além desses tipos de medos, a pessoa pode se sentir muito angustiada ao conversar com um desconhecido, por exemplo.

Existem contraindicações? Quais?

Não se deve usar a moclobemida nos seguintes casos:

Hipersensibilidade ao fármaco ou a qualquer componente da fórmula;
Estado de confusão aguda;
Mulheres que estão amamentando;

Deve-se avaliar a relação dos riscos com os benefícios com o uso da moclobemida nas seguintes circunstâncias:

Distúrbio grave do metabolismo do fígado (doses devem ser reduzidas à metade ou a 1/3); Esquizofrenia (pode agravar);
Feocromocitoma – tumor na glândula adrenal que produz adrenalina, por exemplo – ou tireotoxicose (pode desencadear crise hipertensiva);

Quais os efeitos esperados?

Com o uso da moclobemida espera-se uma melhora nos seguintes sintomas:

Humor;
Atividade psicomotora;
Disforia (indisposição ou mal-estar permanentes);
Exaustão;
Falta de iniciativa;
Dificuldade de concentração.

Na maioria dos casos, esses efeitos surgem na primeira semana de tratamento.

Quais os efeitos colaterais causados pela moclobemida?

Na bula da moclobemida, os efeitos colaterais são divididos de acordo com a seguinte frequência:

Reação muito comum (≥ 1/10);
Reação comum (≥ 1/100 e < 1/10);
Reação incomum (≥ 1/1.000 e < 1/100);
Reação rara (≥ 1/10.000 e < 1/1.000);
Reação muito rara (< 1/10.000);
Reação com frequência desconhecida (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis).

Efeitos colaterais muito comuns

Distúrbio do sono;
Tontura, dor de cabeça;
Boca seca, náusea;

Efeitos colaterais comuns

Agitação, ansiedade e inquietação;
Parestesia;
Hipotensão;
Vômitos, diarreia e constipação;
Rash (vermelhidão na pele)

Efeitos colaterais incomuns e raros

Comuns:

Ideação suicida, estados de confusão mental (foram resolvidos rapidamente com descontinuação da terapia);
Disgeusia (perda do paladar);
Edema, prurido e urticária.

Raros:

Comportamentos suicidas;
Alucinação;
Síndrome serotoninérgica.

Quais os efeitos de tomar a moclobemida com outros remédios?

Remédios serotoninérgicos

Uma associação da moclobemida com fármacos que aumentam a quantidade de serotonina pode ocasionar a chamada “síndrome serotoninérgia”, que nada mais é que uma intoxicação de tal neurotransmissor.

Sintomas de tal síndrome envolvem:

Estado mental alterado;
Hipertermia;
Aumento do tônus muscular.

Dextrometorfano

O dextrometorfano (DXM) é um remédio para tratar a tosse.

É um dos ingredientes ativos usados para prevenir tosses em muitos medicamentos encontrados nas farmácias para gripes e resfriados.

Tal fármaco em associação com a moclobemida pode apresentar reações adversas graves do sistema nervoso central.

Tiramina

A ingestão de alimentos ricos em tiramina, substância derivada de alimentos como queijo, vinhos e laticínios, pode provocar um quadro conhecido como “reação do queijo” naqueles que fazem uso da moclobemida.

A tiramina é degradada pela monoamina oxidase no intestino e no fígado, quando a atividade desta enzima encontra-se inibida os níveis de tiramina aumenta causando efeitos simpaticomiméticos, como:

Elevação acentuada da pressão arterial;
Dor de cabeça de caráter pulsátil;
Hemorragia intracraniana.

O que corta o efeito da moclobemida?

Não há relatos na bula da moclobemida que mostrem o que corta seus efeitos.

No entanto, há de se evitar, ao longo do tratamento com o IMAO, o uso de álcool.

Além disso, é importante evitar associações medicamentosas perigosas como as citadas acima.

A moclobemida pode gerar dependência?

A moclobemida não causa dependência química, ou seja, crises de abstinência e tolerância – ter que usar doses cada vez maiores para obter os mesmos resultados.

A dependência química acontece, dentro dos psicofármacos, sobretudo com os benzodiazepínicos e estimulantes.

O que pode no caso da moclobemida é a dependência psíquica, que se refere à necessidade do uso por conta do hábito criado.

Quais cuidados devo ter ao usar moclobemida?

Saber que, como ocorre com outros antidepressivos, é possível haver piora dos sintomas esquizofrênicos durante o tratamento;
Evitar o consumo de grandes quantidades de alimentos ricos em tiramina, como queijo curado, vinho, carnes processadas, amendoim, favas, lentilha, abacate, banana, conservas e outros.
A depressão está associada ao aumento do risco de pensamentos suicidas, autoagressão e suicídio (eventos relacionados a suicídio). O risco persiste até que ocorra melhora significativa.
Não ingerir bebida alcoólica;
Cuidado ao dirigir ou executar tarefas que exijam atenção.

Quando interromper o tratamento da moclobemida?

A duração do tratamento com moclobemida é individualizada e decidida pelo médico em colaboração com o paciente.

O tempo de uso desse fármaco oscila também de acordo com o propósito do tratamento.

Isto é, tratamentos de fobias podem ter uma duração de tratamento menor que transtornos depressivos maiores, por exemplo.

Em hipótese alguma faça a suspensão da moclobemida por conta própria.

Dúvidas Frequentes

O que fazer caso esquecer uma dose da moclobemida?

Não foram observadas alterações na eficácia do medicamento em caso de esquecimento de uma dose. O tratamento deve ser continuado normalmente assim que possível, conforme prescrito pelo médico. Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.