Esteja preparado para uma verdade desconfortável: você não é perfeito. Talvez ajude o fato de que ser imperfeito não é demérito e nem característica de poucos. Assim somos todos.

Também precisamos lidar com o fato de que, apesar de tentarmos acertar em todas as nossas ações e relacionamentos, isso nem sempre é possível. Ao longo da nossa existência, cometeremos muitos erros pelo caminho. Alguns desprezíveis, outros graves ou devastadores.

Os erros desprezíveis são aqueles que podemos consertar de maneira rápida e seguir em frente. Já os graves precisam de mais tempo e de dedicação maior. Se conseguimos consertar, ótimo! Vamos em frente! Mas, e quando não conseguimos resolver e os erros se tornam devastadores? Quando nos tornamos escravos dos nosso erros e somos tomados pelos sentimentos de culpa e remorso, temos um problema.

O sentimento de culpa, quando mal administrado, pode se transformar em correntes e algemas que arrastamos presas a nossos pés e mãos, nos impedindo de caminhar e atuar. Quando a culpa toma conta do nosso ser a ponto de dominar os nossos pensamentos, há um risco muito grande de que nossa vida seja guiada por ela. Um sentimento de culpa é improdutivo e destruidor, ao passo que domina nossa vida, suga nossas energias, nos prende ao passado e não nos deixa ir em frente.

Lanço então duas perguntas: para que serve um sentimento que nos aprisiona? Resolve a questão culpar-se eternamente por algo que já passou? Bem, tudo na vida pode ser bom ou ruim, dependendo do uso que fazemos daquilo que experienciamos.

Se usarmos a culpa como catalizador para reavaliarmos nossos erros, sermos mais cuidadosos no futuro, mais humildes sobre nossa condição de sermos humanos, SIM, ela pode até ser produtiva e promover nosso crescimento e amadurecimento. Se algo ruim acontece e usamos isso como oportunidade para aprender em vez de nos culparmos, a grande possibilidade é de que não cometamos o mesmo erro novamente.

Terapia é para quem quer se desenvolver

Mas o caminho da culpa pode ser tão ou mais devastador do que o próprio erro que a causou. Autosabotagem, autopunição e desrespeito por si mesmo acabam se agregando à pessoa que se sente culpada. Ela se vira contra si mesma e cada vez mais atrai sérios problemas emocionais que, futuramente, não forem cuidados e conscientizados podem se tornar doenças físicas.

Troque a culpa pela responsabilização

Proponho um exercício: que tal se, em vez de nos culparmos, começarmos a nos responsabilizar?

Responsabilizar-se é nos apoderar do problema conscientemente. Parar de usar ferramentas de autodepreciação que não levam a nada. É conseguir pegar a chave das correntes e algemas e abri-las. É aprender com os erros. Repensar, diminuir os danos e evitar repeti-los.

Quando algo que aconteceu faz com que percamos o respeito por nós mesmos, nos diminuindo, ficamos à mercê não só dos outros como também do nosso “carrasco” interno.

Se você sente que, por alguma razão, está entrando por esse caminho, procure rever sua rota. Se já está nessa situação e acredita que não vai conseguir sair sozinho, pode ser uma boa ideia procurar ajuda profissional e começar a responsabilizar-se pela retomada do sucesso da sua trajetória de vida! Cuide-se bem. Ninguém melhor do que você mesmo para tomar conta de si e ter as rédeas da sua vida.