Quer aumentar sua autoestima e não sabe onde começar? Leia esse guia
Você se sente satisfeito com quem é? Se você sente orgulho de seus pontos fortes e procura cuidar de si mesmo, parabéns! Pode se considerar alguém com autoestima. Porém, a maioria das pessoas ainda está buscando a melhor maneira de conviver com as próprias características.
Alguns buscam por terapia, leem livros sobre o assunto, meditam, participam de grupos. As opções são as mais diversas. Não existe opção errada, apenas é preciso escolher a alternativa que você sente que é a mais adequada para o momento da sua vida.
Apreciar-se pelo que se é, tem sido um dos grandes desafios do ser humano. As exigências internas e externas tornam essa tarefa ainda mais árdua. Mas o que é a autoestima? Qual sua importância e como podemos aumentá-la? Leia este artigo e descubra.
O que é a autoestima?
Autoestima é a imagem e a opinião que cada um tem de si mesmo. Ela é construída a partir das experiências pessoais, da autoimagem e da imagem que os outros têm sobre nós.
Além disso, a autoestima é definida a partir das experiências passadas, influencia os comportamentos atuais e determina como serão aqueles futuros. Uma pessoa com boa autoestima é capaz de se relacionar melhor, de se posicionar melhor diante dos outros e até de ter mais empatia.
Na verdade, boa autoestima é um movimento de, em primeiro lugar, reconhecer a si e, diante disso, saber viver de uma forma mais plena e consciente.
Um ponto importante é que não é possível valorizar o outro, em suas mais variadas formas de agir, pensar e ser, se a autoestima não é trabalhada.
Afinal, quando não nos conhecemos a nós mesmos, há uma tendência de procurar no outro aquilo que nos falta – como uma tentativa de preencher um certo vazio interior.
Quais são os tipos de autoestima?
Cada pessoa possui um jeito único de enxergar e lidar consigo.
Isso leva a crer que existem “infinitas” possibilidades de autoestima.
No entanto, pesquisadores da área da psicologia e neurociências descobriram que existem certos padrões no que diz respeito à maneira como uma pessoa olha para si mesma.
A maioria das fontes classifica a autoestima em apenas dois tipos:
- Autoestima elevada (alta);
- Baixa autoestima.
Porém, estudos mostram que há ao menos outros dois tipos de autoestima entre as pessoas, que são:
- Autoestima frágil;
- Boa autoestima.
A pessoa que apresenta autoestima frágil é aquela que tem confiança em si própria, mas diante de críticas ou pressões externas, pode abandonar sua essência e se frustrar com isso. Assim, nesse caso, algumas das características apresentadas são:
- Problemas para aceitar reprovações ou críticas;
- Receio de ser deslocado de um grupo;
- Medo para dizer não;
- Necessidade (ainda que inconsciente) de validação externa dos atos para sentir que está fazendo o que é certo;
- Debates podem causar mágoa.
Por outro lado, a pessoa que desenvolve a chamada “autoestima boa” é aquela que adiciona em sua personalidade o que se chama de “antifragilidade”.
Ou seja, diante de críticas, a pessoa com boa autoestima não se abala e ainda se fortalece, pois as visões externas sobre si ajudam a desenvolver o conhecimento sobre a própria essência.
Em outras palavras, a pessoa com boa autoestima sabe quem é e por isso não se chateia diante de críticas, mas sim as usa para próprio aperfeiçoamento.
Baixa autoestima X Alta autoestima
Antes de nos aprofundarmos nesses dois tipos, é preciso desmistificar a diferença entre alta e baixa autoestima.
Em primeiro lugar, a baixa autoestima é uma visão inferiorizada sobre si mesmo.
Isso faz com que a pessoa busque excessivamente a validação dos seus atos e pensamentos do outro, uma vez que, de forma consciente ou não, acredita que sua forma de ser é inferior à dos demais.
Além disso, pessoas com baixa autoestima tendem a se cobrar excessivamente e, diante de um “erro” ou “falha” rapidamente consideram-se inaptas para cumprir o desafio.
Diante disso, como uma “punição interior”, procrastinam e deixam de lado aquilo que antes era um sonho ou uma meta.
Por outro lado, a alta autoestima é uma supervalorização de si mesmo. Embora esse tipo possa ser enxergado como a autoestima ideal, não é bem assim.
Afinal, uma pessoa com alta autoestima tende a se ver com um certo egoísmo e orgulho, pois acreditam que são “melhores” do que os outros.
Tal movimento pode gerar conflitos interpessoais e gerar dificuldades para que a pessoa reconheça fragilidades, pedindo ajuda para pessoas com mais experiência ou conhecimento em momentos oportunos.
Como identificar se estou com autoestima baixa?
O que é importante notar é que dificilmente uma pessoa, sem estudar sobre o tema ou passar por uma avaliação especializada, sabe reconhecer qual o seu próprio tipo de autoestima.
Diante disso, como saber se você está com uma autoestima baixa?
Uma forma bem prática é responder algumas perguntas-chaves. Confira na sequência:
1. Você desiste de algo antes de começar?
Geralmente a baixa autoestima está associada com pouca confiança em si mesmo;
2. Você costuma falar mal de si constantemente?
Se o seu foco na hora de apresentar-se seja falar dos seus defeitos, fala-se a favor de uma baixa autoestima;
3. Você se preocupa demais com a opinião dos outros?
Quando se tem consciência e confiança em si, a opinião (e muitas vezes a desmotivação) do outro é um mero detalhe. Agora, para os que possuem autoestima reduzida, qualquer fala contraditória ao plano inicial é suficiente para “mudar a rota”.
4. Você se culpa facilmente por algo que deu errado?
Quando as coisas não acontecem da forma como você esperava, sua tendência é se martirizar por isso e cair em sofrimento por não se achar boa (bom) o bastante? Esse é mais um sinal de baixa autoestima.
Baixa autoestima
Ter baixa autoestima reflete em uma série de comportamentos que podem, a longo prazo, ser prejudiciais para o desenvolvimento pessoal. Uma pessoa com baixa autoestima pode, por exemplo, ter dificuldade em dizer não, desenvolver distúrbios alimentares e até mesmo se sentir inferiores e incapazes.
“Importantes psicólogos sistêmicos, como Hilde Bruch, Selvini Palazzoli e Minuchin, através de seus estudos, correlacionaram alguns transtornos à falta de autoestima, sentimento de inadequação e de incompetência e perfeccionismo. Os estudos feitos sobre a anorexia, bulimia e obesidade apontaram questões referentes a autoestima como causa desses transtornos.”, diz a psicóloga Milena Lhano.
Se você se identificar com uma ou mais afirmações abaixo, pode ser que a sua autoestima esteja baixa:
- Não se acha capaz
- Acredita que não é merecedor das suas conquistas
- Se acha inferior
- Tem dificuldades para dizer não
A importância de saber dizer não para ajudar a melhorar a autoestima
Muitas pessoas não sabem dizer não. Pode parecer estranho, mas elas simplesmente não conseguem negar um pedido de favor, um convite para sair ou mesmo ações ou atividades que as prejudique, como emprestar dinheiro e ficar sem um tostão, por exemplo.
A psicóloga especialista em psicossomática Luciana Taguti, que atende pelo Zenklub, pontua o que acontece com quem tem dificuldade em dizer não: “Na prática do nosso dia a dia é isso o que acontece: em prol de nos sentir amados e reconhecidos dentro de um grupo social, a gente faz coisas, aceita convites e abre concessões que, muitas vezes, são traições a nós mesmos. E tudo isso para não pagar o preço alto da rejeição e da desvalorização”, diz.
Ela explica as origens da dificuldade de dizer não na psicologia: “Sem dúvida nenhuma [a dificuldade em dizer não] está relacionada tanto à baixa autoestima, quanto à necessidade de pertencimento inerente a todos nós – como já havia pontuado o psicólogo Abraham Maslow em sua pirâmide de necessidades. Ele dizia que o “não pertencimento” a um grupo e a falta de reciprocidade de relações amorosas poderia abalar o desenvolvimento da autoestima”, aponta Luciana.
Dizer poucos nãos leva ao abandono da autoestima
Além do desejo de agradar os outros, de ser amado ou de pertencer a determinado grupo, a dificuldade de dizer não alimenta sentimentos negativos em quem alimenta essa prática. “O que mais tenho visto na prática clínica é um sentimento de raiva que cresce e vai tomando conta da pessoa. Cada sim que ela fala para o outro é um não que ela fala para ela mesma. Então, se por um lado o objetivo dessa dinâmica é evitar qualquer tipo de sentimento de rejeição, por outro a pessoa vai abalando ainda mais sua autoestima por ter que lidar com a triste realidade de impotência em relação a colocar seus próprios limites e demarcar seu território”, afirma a psicóloga Luciana Taguti.
Para ela, a pessoa que tem dificuldade em dizer não mantém inconscientemente uma porta aberta para que pessoas façam pedidos e desejos, o que pode alimentar situações de invasão de espaço e até mesmo de abuso.
Como dizer mais nãos: um exercício prático
“Quem tem dificuldade com a prática do “não” chega no final do dia já com a conta perdida de quantos “sim’s” saíram da sua boca sem sequer perceber”, aponta Luciana. Ela explica que mudar esse hábito exige muito foco no momento presente, muita presença de quem empreende esse esforço. O mindfulness, método da atenção plena e a meditação podem ajudar nesse processo.
Luciana propõe um exercício para que seja possível iniciar uma rotina com mais nãos:
- Faça um combinado consigo mesmo e se comprometa a falar NÃO para mudar o hábito de falar SIM
- Tenha clareza do que é realmente significativo para você, quais são suas prioridades e metas
- Treine utilizar argumentos verdadeiros, para mostrar para os outros que existe um sentido para cada escolha que você faz. Isso também contribuirá com a gestão da sua ansiedade.
- “Colocar seus limites com clareza dos motivos mostra que você tem respeito pelo seu espaço, sua vida e sua agenda. Na medida em que a gente se respeita, os outros passam a fazer isso também”, finaliza Luciana.
Como aumentar a autoestima?
Muitos são os caminhos que nos levam a uma relação saudável com quem somos. Pensamos em ajudar você nessa jornada com algumas atitudes que vão colaborar com o seu desenvolvimento pessoal e aumento de autoestima:
1 – Foque no autoconhecimento
Autoconhecimento é o item básico de qualquer jornada. Compreender quais são seus pontos fortes e os fracos, compreender as sua limitações e como eles surgiram é parte essencial do processo regenerativo do amor próprio. Porém o autoconhecimento não pode se transformar em ferramenta de tortura, é preciso compreender todos os aspectos que o fizeram ser quem é e procurar ser mais gentil com esse alguém.
2 – Seja mais realista em relação às suas expectativas
Nada pode ser mais frustrante do que definir expectativas irrealistas. Por exemplo, você quer fazer uma dieta e pretende perder 15 quilos em duas semanas. Provavelmente isso não irá acontecer e ainda fará com que você se sinta um fracassado por não ter atingido o objetivo.
Reflita se o que você espera que aconteça está de acordo com as suas possibilidades, pois ficar desapontado constantemente vai gerar uma autoestima negativa. Quando possuímos expectativas realistas em nossa vida, podemos parar de nos repreender e termos mais prazer em comemorar as pequenas vitórias.
3 – Não busque pela perfeição
A busca pela perfeição pode te paralisar. Por isso o perfeccionismo é um dos hábitos mais destrutivos que podemos cultivar. O receio de cometer erros nos transforma em pessoas mais infelizes e procrastinadoras e, consequentemente, a autoestima diminui. Esse processo se repete e torna-se um círculo vicioso.
Para quebrar esse hábito da busca pela perfeição, se dedique a fazer um bom trabalho sem esperar pela obra-prima. A vida apresenta sempre novos de desafios e se você está aguardando pelo momento perfeito, as condições exatas, nada acontecerá. Busque maior flexibilidade e lide com as imperfeições com bom-humor.
Você se considera um procrastinador? Faça nosso teste de procrastinação.
4 – Nunca comparar-se com outros
No mundo contemporâneo estamos com os olhos voltados constantemente para a vida alheia. As redes sociais tornaram o ditado “a grama do vizinho é sempre mais verde” ainda mais palpável. É difícil não se comparar com os outros enquanto olhamos as fotos maravilhosas das férias do colega de trabalho. Sua visão da vida dos outros afeta a maneira com que você olha para si mesmo.
Porém, essas comparações são injustas porque não é possível saber o que realmente acontece na vida de ninguém. Por isso, busque apreciar as suas próprias conquistas, comparando-se apenas consigo mesmo e não com os demais.
5 – Faça uma pausa diária para apreciar suas qualidades
Pode parecer impossível fazer uma pausa diária para admirar as qualidades que você possui, mas na verdade é muito simples. Use apenas 3 minutos do seu dia e respire fundo e busque dentro de você três coisas que são dignas da sua admiração. Você não conseguiu pensar em três? Pense em uma.
Não precisa pensar em algo complexo e grandioso. Comece com coisas pequenas e simples, mas que você considera algo importante. Pode ser saber cozinhar um prato especial para os amigos, ser bom ouvinte, cuidar de animais, etc. Pensar em algo positivo todos os dias será uma espécie de combustível diário, que vai levar você até o próximo dia.
6 – Se exercite pelo menos uma vez por semana
Já está comprovado que exercícios físicos, como correr, melhoram não apenas o corpo, mas também a mente. Estimulando a produção da serotonina e liberando o organismo de toxinas. Além disso, se exercitar tem relação direta com o autocuidado. Aprender a cuidar de si mesmo é a maior demonstração que temos autoestima.
Está pronto para aumentar a autoestima hoje? Comece por pequenos desafios diários, trazendo o ponto 2) coloque expectativas realistas e vai ver que vai começar a viver com mais autoestima.
Como a terapia pode ajudar a aumentar a autoestima?
A psicoterapia pode ajudar a corrigir a autoimagem e, consequentemente, influenciar positivamente na sua autoestima.
Conversar abertamente com um psicólogo é uma maneira de expressar sentimentos e trazer à tona padrões de comportamentos que indicam onde está a sua insegurança em relação a si mesmo.
Bônus – 5 TEDs sobre autoestima que você precisa assistir
A internet possui diversos recursos que podem lhe ajudar nesse processo. Desde terapeutas online, que podem lhe atender de qualquer lugar sem que você precise sair de casa. Até opções mais simples como os TEDs sobre autoestima.
O TED (Technology, Entertainment, Design) é uma série de eventos realizados por todo o mundo que tem como principal objetivo disseminar ideias. As apresentações têm formato simples: o palestrante leva um tema para a audiência e precisa desenvolvê-lo em até dezoito minutos.
Muitos desses eventos possuem temáticas inspiradoras e buscam trazer novos conceitos para a sociedade. Muitos TEDs são sobre autoestima, mas existem palestras sobre superação, tecnologia, projetos inovadores, etc.
Selecionamos cinco TEDs sobre autoestima para você se inspirar:
Plus-size? More Like My Size – Ashley Graham
Ashley Graham reconhecida mundialmente por ser a primeira modelo plus-size a aparecer em um anúncio da Sports Illustrated, uma revista esportiva norte-americana. A modelo já participou de inúmeras campanhas e diversos programas de televisão. No TED ela fala da dificuldade se estabelecer como modelo em um mercado que privilegia um tamanho que não é o da maioria das mulheres e mostra como ter autoestima a levou ao sucesso.
Sua linguagem corporal molda quem você é – Amy Cuddy
Em uma das palestras mais assistidas da plataforma TED, a especialista em linguagem corporal Amy Cuddy mostra como a postura do nosso corpo pode afetar a maneira como nos vemos. Ela explica que a forma como usamos o nosso corpo pode aumentar a nossa autoestima e ter impacto em nosso sucesso profissional.
Porque todos nós precisamos praticar primeiros socorros emocionais – Guy Winch
O psicólogo e escritor faz uma comparação importante entre as dores físicas e emocionais. Por que procuramos tratamento para a primeira e deixamos a segunda de lado? Ele propõe que os problemas emocionais devem ser tratados com a mesma importância que as doenças físicas. Ele afirma que devemos praticar higiene emocional: cuidando das nossas emoções, nossas mentes, com a mesma diligência que cuidamos do nosso corpo.
Encontre você: um guia para construir a autoestima – Niko Everett
Fundadora do projeto Girls for Change, Niko Everett, conta sua história de vida e como cresceu sem qualquer autoestima. Durante o TED ela explica a importância de reconhecer as próprias qualidades e como é essencial ter uma rede de suporte que possa te apoiar nesse processo.
Sorria – você tem autoestima! – Gisela Cochrane Rao
A publicitária descreve a sua jornada em busca a própria autoestima e como criar um blog falando sobre o assunto a ajudou e, consequentemente, apoiou outras mulheres que estavam na mesma situação que ela. Segundo Gisela, ser mais generoso e compreender que todos têm qualidades é um passo rumo à construção de uma melhor auto imagem.
Conclusão
Por fim, vale destacar que a autoestima é uma característica que todas as pessoas têm.
Acontece que por inúmeros motivos, como por exemplo, vivências do passado, há quem desenvolva uma autoestima baixa, alta, frágil ou (a tão desejada) boa!
Ser a sua melhor companhia é uma busca inteligente, pois a cada instante você tem um encontro marcado consigo mesmo. Para alcançar esse estado de paz diante da própria essência, é necessário trabalhar a autoestima.Diante disso, que tal começar hoje mesmo a trabalhar sua autoestima e conquistar uma visão mais consciente sobre si? Marque já a sua consulta com um dos vários especialistas em autoestima do Zenklub!
Bom isso me ajudou bastante apenas lendo, agora mesmo sem praticar já me sinto suficiente, com as dicas e conselhos, se pudesse dar uma nota mais alta, certeza que daria mil. Obrigada a pessoa que escreveu este “blog”. Já me ajudou muito a me sentir bem comigo mesma até mesmo sem praticar ou tirar um tempo para mim, mais uma vez obrigada. Este “blog” não tem defeitos! Beijos e abraços a pessoa que escreveu❤😊